Por Rubens Queiroz de Almeida
Data de Publicação: 05 de Agosto de 2009
Uma pergunta recorrente e que incomoda muita gente. Como devo estudar a gramática da língua inglesa? A resposta, muito simples, é: você não deve estudar a gramática da língua inglesa. Estudar gramática é muito chato e se é chato você vai acabar desistindo. O pior de tudo, é que 99% do que você estudar você vai esquecer no minuto seguinte. O problema não é com você, é com o projeto de nosso cérebro, que não foi feito para estas coisas. Tem gente que gosta, nada errado com eles, mas se você pertence aos 99% da humanidade a que me refiro, se encontrar um livro de gramática pela frente, saia correndo.
Existem exceções? Sim, se você for um professor de inglês e tiver um aluno que fique querendo saber o tempo inteiro porque as coisas são do jeito que são. Aí você, como professor, explica, e o seu aluno, na primeira virada de cabeça, esquece. E vai perguntar de novo no dia seguinte, no dia depois do dia seguinte, e assim por diante. Um dia ele vai entender e assimilar a forma de uso, mas não vai ser por causa das suas múltiplas explicações. Ele vai entender por meio da receita infalível de aprender qualquer coisa: constância (todo dia um pouquinho), repetição e leitura, muita leitura.
Mas vamos então ver uma nova estratégia para aprender gramática sem estudar a gramática.
Tomemos uma frase complexa:
If you hadn't been so rude to me, I wouldn't have hit you on the nose.
Ação e reação, frente a uma situação hipotética. Se você não tivesse sido tão rude comigo, eu não teria socado o seu nariz. Existe uma regra gramatical que explica qual é este tempo verbal, se a primeira parte da frase for de um jeito, o complemento terá que ser do jeito blah, blah, blah.
Eu escolhi esta frase de propósito, pois eu tinha uma dificuldade enorme de compor frases neste tempo verbal. Os exercícios tradicionais apresentam a primeira parte da frase e solicitam que você complete a segunda parte, ou vice-versa. E eu não conseguia. Um belo dia, eu peguei esta frase em um livro de inglês que usava. O livro, por sinal, era muito engraçado. Ao ver esta frase, eu visualizei a cena, da namorada brigando com o namorado e socando-o no nariz (para quem não sabe, um soco no nariz dói muito). A situação, por alguma razão, ficou bem marcada na minha mente, e eu nunca mais errei. O que eu fiz foi memorizar a frase, em conjunto com a visualização da situação, e também ouvindo a moça dizer isto. Daí para a frente, sempre que eu precisava usar este tempo verbal, em outro contexto, bastava substituir os verbos e as palavras. Por exemplo:
If you had studied more, you would have passed your exams.
Não falha nunca. Lembram-se dos primeiros dois artigos desta série, sobre aprender inglês assistindo episódios de TV? Um passo adicional, que vai dar um grande impulso ao seu aprendizado, é selecionar, de cada episódio, uma construção verbal com a qual você tenha dificuldade. Você pode usar as transcrições dos episódios para lhe ajudar nesta tarefa. Uma vez selecionada a construção verbal desejada, passe o filme novamente, repetindo algumas vezes a cena, até que você se lembre bem de tudo: da entonação dos atores, de suas expressões e da frase, é claro. Em seguida, tente recriar esta situação em sua mente e, se possível, pense em situações alternativas em que possa usar esta frase, como mostrei acima.
Mas não complique, nem se proponha a metas irreais, como memorizar vinte frases de uma só vez. Ninguém, nem mesmo a pessoa mais determinada tem tempo ou disposição para fazer isto todos dias. Inevitavelmente você deixará de fazer isto durante alguns dias, e estará falhando em cumprir uma parte importante da receita: a constância. É melhor estudar um minuto todos os dias do que dez horas em um único dia.
Lembre-se sempre, o seu dia está cheio de buraquinhos de tempo, que você pode usar para aprender muita coisa. Aprenda a valorizá-los.
Se você tem uma estratégia para aprender a como usar o idioma corretamente, use a seção de comentários desta página e compartilhe suas idéias com os leitores desta coluna.