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Colaboração: Pedro Litchtnow
Data de Publicação: 29 de Outubro de 2009
A Latinoware 2009 transmite sentimentos remanescentes de Woodstock, onde os "hippies" hi-tech lutam por uma filosofia parecida de ideal libertário. Entretanto, hoje o lema 'love and peace' do lendário festival de rock de 1969 foi substituído por ações de lucidez tecnológica. Essa 'revolta pacífica' dos tempos modernos recai sobre o sistema controlador da informação e o status quo do ambiente virtual.
A bandeira do evento e das comunidades digitais sugere a abertura, a cooperação tecnológica, a colaboração mútua, a participação igual e o direito ao acesso e ao domínio da informação em todo o planeta, sem nenhuma forma de distinção. Falamos, quem sabe, da contracultura da tecnologia, que deixou o submundo e o underground da era digital graças ao avanço dos softwares livres, das comunidades do conhecimento compartilhado, retransmitido e de iniciativas governamentais.
A música do evento soa em debates sobre tecnologia, ferramentas, instrumentos e dispositivos livres de retorno social em diferentes setores públicos. O espaço reúne distintas tribos virtuais e reais sem um estereótipo específico transitando por palestras, seminários, cursos e debates em busca de mais e mais informação sobre os avanços do setor.
Os 'malucos' da era digital são mais práticos e conscientes que os malucos existenciais de décadas anteriores. Seus protestos não ficam apenas na passividade e na revolta íntima, mas no desenvolvimento de mecanismos práticos de tecnologia, contrapondo a ferocidade do mercado do capital e da indústria da informática.
Aqui, na Latinoware 2009, as consciências parecem livres e libertárias, pelo menos aparentemente. Os hippies modernos não seguem um sistema único ou uma filosofia específica. Eles trafegam por todas as possibilidades, ideias, novidades, num desenho psicodélico de esferas múltiplas da informação e do conhecimento tecnológico.
Pedro Litchtnow é jornalista