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Por Rodolfo Avelino
Data de Publicação: 22 de Novembro de 2013
Evento discute e ensina criptografia para usuários não experientes
A primeira edição da CryptoParty São Paulo ocorrerá no último sábado deste mês, dia 30 de novembro, das 9h30 às 19h00. A CryptoParty (ou CriptoFesta) é um evento gratuito e aberto ao público para aprender como usar ferramentas básicas de criptografia para dar maior segurança à sua comunicação. O objetivo dos organizadores é incentivar a criação e disseminação de uma cultura de defesa da privacidade entre as pessoas que utilizam a Internet.
Os participantes poderão, em um formato (meio) descontraído, assistir palestras sobre segurança da informação e privacidade, discutir o tema e também conhecer as ferramentas de proteção contra a vigilância praticada por empresas e governos.
A cada nova revelação do WikiLeaks e de Edward Snowden ficamos apavorados e preocupados com a ameaça do controle e da vigilância. Então é necessário não só lutar politicamente contra novas leis e práticas de vigilância, mas também torná-la tecnicamente impossível. "O universo acredita na criptografia", escreveu Julian Assange, fundador do Wikileaks, da embaixada do Equador em Londres, uma vez que "é mais fácil criptografar informações do que descriptografá-las"[1]. Se a política falhar (e não estamos num momento muito otimista), a criptografia poderá ser a nossa última esperança contra o domínio das grandes empresas e governos.
A CryptoParty é uma iniciativa global[2] e descentralizada para apresentar softwares de criptografia e explicar seus conceitos para o público em geral. Portanto, não é necessário conhecimento prévio sobre o assunto para participar. A CryptoParty São Paulo está sendo organizada, desde o início de outubro, pela Actantes, entidade de defesa da privacidade e liberdade na rede[3], pelo Grupo de Trabalho "Segurança e Privacidade" da rede social livre Saravea[4] e por colaboradores individuais.
A programação do dia começará às 9h30 e terminará às 19h e contará com a realização de oficinas (tutoriais), mesas de debate e desconferências (palestras relâmpago). O anonimato da rede Tor[5], chave pública de criptografia (GPG)[6] e OTR (Off The Record)[7] são algumas das ferramentas a serem apresentadas e discutidas durante a festa.
No final da tarde, às 17h, o criptógrafo e professor da UNB, Pedro Rezende fará uma palestra mostrando os riscos da biometria para as sociedades democráticas. Falará também da urna eletrônica brasileira, desmistificando o discurso de segurança impecável e mostrando seus pontos obscuros e falhas.
Além disso, durante o dia inteiro teremos um Install Fest (festival de instalação) do sistema operacional GNU/Linux Debian[8]. A CryptoParty adota o software livre como marco zero na discussão de segurança. Nós não confiamos em softwares proprietários, isto é, em programas que não nós permitem observar, auditar, modificar e compartilhar o código fonte[9].
A programação completa pode ser vista no site[10] ou através do hidden service do Tor[11]. Pedimos para todos os participantes que leiam antes a seção "dúvidas e perguntas mais frequentes" (FAQ) da CryptoParty[12].