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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 22 de Janeiro de 2007
Aqueles que, como eu, decidiram virar empresários ou profissionais autônomos, sabem que "férias" é um conceito mais fácil de definir do que de usufruir. Especialmente os pequenos empresários, mercadores das próprias horas, sabem que, independente da interrupção dos ganhos financeiros em períodos nos quais não se trabalha, o que não se pode mesmo perder é uma boa oportunidade de negócio quando se opta por um isolamento idílico à beira da [Lagoa dos Patos http://pt.wikipedia.org/wiki/Lagoa_dos_Patos_(lagoa)]. E todo mundo já disse que, nesta era digital, o que antes era medido em meses ou anos agora é medido em segundos. Imagina então o que se pode perder em uma semana de férias? Mas imagina também o que se pode perder quando não nos damos o merecido tempo de descanso? É um dilema...
Na minha semana de férias do ano passado, em Capão da Canoa, reparei na proliferação de lanhouses. Imagino a nova traição do verão: a mulher sai de casa dizendo para o marido e os filhos que vai dar uma caminhada na praia e, ao invés disto, entra na lanhouse para ver, ansiosamente, se aquele novo cliente respondeu com um "sim" à proposta enviada na sexta-feira antes das férias. Depois, volta para casa elogiando o protetor solar fator 77, que fez com que ela não se queimasse nadinha. E o marido todo feliz porque convenceu a digníssima a não levar o notebook para a praia...
Uma desculpinha boa (eu mesmo já usei) é contar com a inocente cumplicidade das crianças. "Querida, vou levar o notebook porque, caso chova, as crianças vão ficar entediadas, sem ter o que fazer. Assim, pelo menos elas podem usá-lo como videogame!". Aí era o caso de incentivar a querida a aproveitar o massagista do hotel e dar aquela conectada rápida para ver se o mundo continuava girando. O problema desta desculpa é que só funciona até as "crianças" completarem 14 anos. Depois ela tem que ser levemente adequada: "Querida, vou levar o notebook porque, caso chova, vamos todos ficar entediados, sem ter o que fazer. Assim, pelo menos, podemos usá-lo como DVD player!". Novamente, o problema é a durabilidade da eficácia desta desculpa. Na terceira vez que tentei aplicá-la minha mulher falou: "Tudo bem, mas eu controlo o notebook!". Aí descobri uma locadora de DVDs bem pertinho de uma lanhouse.
Neste ano, sem chances! O notebook não pode, sequer, chegar perto de qualquer coisa que levaremos para as férias. Nenhuma desculpa para levá-lo foi plausível o suficiente. Ainda bem que meu celular tem um browser! Vou testar a durabilidade do golpe "celular e prisão de ventre". Torçam por mim!
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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