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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 21 de Agosto de 2007
No artigo da semana passada, os leitores Kerber e Franciele contribuíram com importantes reflexões sobre os saltos "a la" hipermídia em meios de comunicação convencionais, como o jornal. Disse o Kerber:
(...) Na mídia tradicional impressa não existe controle sobre o caminho percorrido pelo leitor. Tudo bem, temos os livros. Nesses a linearidade é imprescindível para a compreensão da mensagem mas em um jornal, por exemplo, nos vemos pulando entre chamadas e páginas às vezes mais rápido do que em um site. Não é que estamos perdendo o controle, na verdade ele nunca existiu.
Franciele comentou:
Viramos a página de um jornal, clicamos em link's de um portal... Não somente o jornalismo sofre modificações com as novidades da Internet mas todo o mundo!!! Mas o que não podemos negar é que o mundo digital traz muito mais possibilidades para o 'receptor' do que um jornal. Quando você compra um jornal , independente do número de páginas que leu, o que vale é o dinheiro que você investiu. Como a Internet não tem valor... você migra de um site ou portal para outro com a rapidez de um clique e perde-se muito mais rápido o internauta que um leitor...
Confesso que sempre aprendo muito com meus leitores mas, UAU! Os comentários que tenho recebido (seja diretamente no Dicas-L ou através de e-Mail) para esta série de artigos sobre portais corporativos têm, definitavamente, mudado o rumo destes textos! Estou com um conjunto de anotações dos leitores que, com certeza, estão contribuindo para a conclusão desta série, que ainda tem um caminho a percorrer. Especialmente, gostaria que explorássemos mais esta idéia colocada pela Franciele sobre a percepção do valor da Internet versus a percepção do valor de outras mídias, como o rádio, a TV, os jornais. E qual seria a percepção do valor do tempo consumido pelo consumidor de informações, independente do local onde as busca?
Mas antes, gostaria de manter a proposta inicial de textos introdutórios e reflexivos. Assim, enquanto a conclusão não vem, sigamos adiante com a resposta ao título deste artigo:
A resposta simples é SIM! Até porque, qualquer que seja o seu nicho de mercado, o fato é que seu maior concorrente ou a maior empresa em seu ramo já possui um. A resposta a esta pergunta é a mesma para um executivo que questiona-se se deve ou não aprender uma segunda ou terceira língua: é óbvio que SIM! Ainda que muitos não tomem a devida ação para este aprendizado. Conhecer uma outra língua coloca o executivo em um patamar superior de possíveis oportunidades, mas não é apenas "estar" neste patamar que fará com que as oportunidades transformem-se em realidade. O mesmo ocorre com relação a um portal Web para uma empresa. A existência de um portal é uma nova vitrine, uma nova porta de entrada para clientes. Estes clientes devem passar pela vitrine e serem atraídos por ela, mas mais do que isto, passando pela porta, eles devem ter uma experiência agradável a ponto de transformar esta visita em um bom negócio, tanto para ele quanto para a sua empresa. Da mesma forma que uma cidade turística deve aparecer no Guia 4Rodas, sua empresa tem que aparecer em mecanismos de busca. Mas, enquanto no mundo real, você e seu concorrente podem estar a quilômetros de distância, na Web ambos estarão lado a lado, e seu cliente irá imediatamente comparar as vitrines.
Muitas empresas consideram a presença na Web como uma "coisa para o CPD". De fato, ainda hoje, muitas empresas têm seu portal administrado por sua equipe de informática. Este é o caso da sua empresa? Esta distorção dá-se especialmente pela Internet ser uma tecnologia ainda nova - lembre-se que estamos falando da Internet comercial no Brasil, surgida em 1995. Mas faça uma rápida comparação:
1. Sua empresa mantém um locutor e um pessoal especializado em sonoplastia para gravar os comerciais de rádio? 2. Sua empresa conta com uma equipe de TV interna para produzir os comerciais veiculados no horário da novela das oito? 3. Sua empresa possui uma equipe gráfica interna para produzir todos os anúncios que vão para jornais e revistas?
A questão toda é que, ao contrário de equipamentos de TV e rádio, computadores e impressoras acabaram tornando-se necessidade das empresas e viraram domínio, apropriadamente, da equipe de informática. Quase todos respondem "não" para as duas primeiras perguntas acima, muitos assumem que existe ao menos uma pessoa na empresa que usa as impressoras para criar folders e folhetos (outras empresas mantém equipes para isto). A grande maioria das empresas, porém, ainda têm ferramentas como o portal da empresa e outras ferramentas Web sob a responsabilidade do pessoal da informática.
Isto não é necessariamente ruim, especialmente se o gestor de informática está envolvido nos processos de decisão estratégicos da empresa e não tem seu departamento encarado apenas como um "custo". Mas mesmo assim, considerando aspectos de penetração da Internet e seu potencial de uso como ferramenta de relacionamento e venda, a área da empresa que deveria cuidar do portal é aquela relacionada ao planejamento estratégico e de comunicação da mesma.
Muito bem, você chegou, mais ou menos, até o primeiro terço desta série de artigos e já possui muitos conhecimentos importantes e necessários para prestar um bom serviço de consultoria para empresas ou instituições que querem estabelecer uma presença na Internet. Caso você fosse viajar em um feriadão e quisesse conhecer algum lugar novo, onde você poderia buscar informações? Caso você quisesse prestar serviços de marketing digital para empresas de sua cidade, onde você procuraria?
No próximo artigo, abordarei, com certeza contando com a ajuda dos leitores, o uso do portal corporativo aliado a estratégia da empresa.
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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