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Planejamento no Scrum e o Poker do Planejamento

Por Cesar Brod

Data de Publicação: 28 de Julho de 2008

Há alguns artigos mencionei o Scrinch, um programa em Java que ajuda tanto no planejamento como no controle de tarefas com o Scrum. Em um pedaço do artigo eu digo o seguinte:

Uma coisa que eu achei especialmente interessante é a forma como a prioridade das tarefas é definida. Segundo o manual, cada tarefa tem ao menos duas propriedades, BV, ou o valor para o negócio (business value), que é a prioridade definida pelo cliente do projeto; e W, a carga de trabalho (workload), que é definida pelos desenvolvedores. A prioridade de cada tarefa é o valor da divisão BV/W. "BV e W não são valores exatos, eles não representam horas ou dias, mas os números 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21 (a seqüência de Fibonacci). É muito difícil avaliar exatamente uma tarefa. Então, para que seguir usando horas? É mais fácil dizer que a tarefa A é mais fácil que a tarefa B e atribuir cargas de trabalho proporcionais", dizem os autores. O cálculo de horas para uma determinada tarefa é, sempre, muito complexo. Ele exige que se conheça muito bem a tecnologia com a qual se trabalha e a real produtividade de cada membro da equipe. Como temos que estar sempre de olhos abertos a novas tecnologias e como os membros de uma equipe podem não ser os mesmos no decorrer de todo o tempo da realização de um projeto, que também pode ter seus requisitos ajustados, as variáveis para o cálculo de horas são tantas que essa idéia de usar a seqüência de Fibonacci como um fator de relação entre tarefas, ao invés da atribuição inexata de um número de horas, não parece tão absurda. "É um tanto incômodo no início, mas bastante útil no final", ainda segundo o manual.

O que faltou dizer é que essa prática de atribuir números da seqüência de Fibonacci a uma tarefa tem suas origens no Poker do Planejamento do Scrum, um jogo - e ao mesmo tempo um exercício - de estimativa de desenvolvimento de um projeto a partir da informação que se tem do cliente: as histórias de uso. Nem todos usam a seqüência de Fibonacci no jogo, mas, de uma forma ou outra, os formatos e as regras não variam muito.

Para uma introdução bem rápida ao Poker do Planejamento, leia esse artigo do Davis Cabral.

O Mike Cohn criou o PlanningPoker.Com, que permite que se faça o planejamento online, via internet, de graça, desde que se faça o registro no site.

Para quem quer aprender ainda mais sobre o assunto, baixe o arquivo zip que está em Scrum Game with Planning Poker. Descompacte o arquivo e comece a assistir a apresentação que se encontra em um formato html. Este é baseado no Extreme Programming, mas como sabemos que Scrum e Extreme Programming andam de mãos dadas, tudo bem!

O Planning Poker é legal para fomentar a interação entre a equipe de uma maneira divertida, servindo também para o ScrumMaster e o Product Owner terem uma idéia dos perfis de estimativa de cada um dos membros. Sempre existirá aquele que é mais ousado e acha possível fazer tudo muito fácil, assim como, no outro extremo, terá aquele que sempre vai encontrar pontos que devem ser melhor esclarecidos em cada história. Na prática, o Planning Poker funciona como um nivelador para a equipe, para aumentar o entrosamento e para ensinar o Scrum. Depois de um ou dos exercícios, o Planning Poker acaba sendo aposentado.

Ah, você agora pergunta: legal, mas onde encontro as cartas para brincar de Planning Poker? O pessoal bacana na Blusoft disponibilizou o conjunto deles para download, inclusive em um formato editável no Corel, para que cada um possa modificar as suas. Há também o formato em pdf, para os que não querem ter esse trabalho e podem fazer uma merecida propaganda para a empresa.

Artigo publicado originalmente no I-Scrum

Sobre o autor

Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.

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