você está aqui: Home → Coluna do Cesar Brod
De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.
Por Cesar Brod
Data de Publicação: 28 de Novembro de 2008
Sou fã do programa Saturday Night Live desde 1988, primeira vez que fui aos Estados Unidos. Era inverno, eu estava em Minnesota fazendo uma série de cursos sobre processadores de comunicação. Além de fazer muito frio, os lugares onde a gente podia curtir a noite fechavam entre 23 e 24 horas. Caso cruzássemos a fronteira do estado, o que fizemos algumas vezes, podíamos beber e ouvir música até um pouco mais tarde, uma da madrugada, e sempre com um de nós mantendo a sobriedade. Uma turma de brasileiros com um motorista alcoolizado em uma interestadual americana resultava em cana e deportação na certa. Assim, foram muitos os sábados em que deixávamos umas cervejas gelando do lado de fora da janela e bebíamos assistindo ao Saturday Night Live.
Neste último final de semana, em função de uma confusão de agenda que resultou em uma não ida para Campinas, pude curtir um pouco de Porto Alegre com a minha filha Natália. Ela não tem o canal Sony na república onde mora e acabei assistindo a uns pedaços do Youtube Live no sábado à noite, 22 de novembro. Fiquei besta! Eu sou das priscas eras da Internet. Cheguei a palestrar remotamente, recebendo instruções para me mexer o mínimo possível para garantir a qualidade de compressão e descompressão da imagem. No evento, transmitido ao vivo, a gracinha da Katy Perry se mexia de um lado para o outro, muitas vezes cercada por celebridades do Youtube, com uma qualidade visual impressionante. Ao contrário de um vídeo normal que se assiste no Youtube e outros, que dá aquelas tradicionais travadinhas, no Live às vezes a imagem até congelava, mas sem compromisso do som o tempo inteiro.
Por curiosidade, fui ver como era assistir ao Youtube Live no Google Chrome, o novo navegador do Google, que também é o dono do Youtube. Na hora não pensei em ver se tinha mais gente online para fazer o mesmo teste, mas pareceu-me que no Chrome a coisa era ainda melhor. Será que há alguma otimização específica também para o live streaming do Youtube? Também procurei pela web alguma referência conjunta do navegador com a iniciativa do Youtube, mas não achei nada. Caso algum leitor tenha testado, por favor, avise! Posso estar só com teorias de conspiração na minha cabeça...
De qualquer forma, foram 700.000 pessoas assistindo simultaneamente ao evento, que obviamente foi gravado e está disponível para quem quiser ver e rever milhares de vezes as pernas da Katy Perry. O próximo passo é previsível: ligue uma câmera digital com firewire em seu computador e transmita sua festa para um servidor do Youtube, que se encarregará de fazer a distribuição para o mundo inteiro. Você vai poder apresentar seu próprio telejornal, ao vivo, a partir de sua webcam. Você vai poder juntar seu grupo de teatro e apresentar uma peça ao vivo, inclusive cobrando ingresso, para qualquer metrópole. O grupo Foice Acena de Arroio do Meio vai estourar na Broadway e em seguida comemorar ali no trevo, no restaurante do Ritt.
Sim, ainda falta aumentar a velocidade e alcance dos links para a Internet, mas é fato consumado que a tecnologia para mudar radicalmente a forma como assistimos TV já existe. O Epic vai precisar de mais uma atualização.
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
Mais sobre o Cesar Brod: [ Linkedin ] | [ Twitter ] | [ Tumblr ].