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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 17 de Outubro de 2009
Já tive a grata oportunidade de participar da organização de vários eventos de tecnologia. Um dia antes do início de cada um deles prometi nunca mais participar da organização de nenhum. No último dia eu quero participar da organização de muitos mais. Quem já passou por isso, sabe: é um trabalho pesado, angustiante e muitas vezes ingrato. Há aqueles que, desde o começo, ajudam um bocado, mandam as informações dos palestrantes e palestras, auxiliam na resolução de conflitos, ajudam a buscar recursos. Sempre sou muito grato a eles.
Quando alguns falam que eu sou um membro da "comunidade" sinto até dó do vernáculo, tão mal utilizado que é. De certa forma, isto relaciona-se à importação desnecessária da tradução de "free" e sua confusão. Mas sinto-me realmente parte da comunidade que sabe interpretar a liberdade de forma ampla, geral, irrestrita e individual. Minha bisa Isabel, a vó Dinda, já dizia que a liberdade de um termina quando começa a do outro. Livre é uma coisa, grátis é outra. Free, em português, é nome de cigarro ou absorvente feminino.
Sempre que assumo a coordenação de um evento ou dela participo, assumo o papel de ScrumMaster. A idéia é facilitar as coisas, permitir que a comunidade tenha seu espaço e se auto-organize, sob a batuta de um ditador benevolente (de preferência, eu!). Manja Kevin Costner? "If you build it, they will come!". Por supuesto! Nãos tem que ser ditos, perdões tem que ser pedidos e concedidos. Dinheiro acaba, falta espaço. Chega um guri calçudo de última hora com uma lista de uma dúzia de palestrantes remelentos. Tudo faz parte. Odeio tudo isto de véspera e regojizo-me com os convivas (guri calçudo incluso) ao final.
Bonito mesmo é ver gente, muita gente, junta em prol de uma liberdade sem preconceito e sem fronteiras. Usei liberdade no singular em todo este texto porque acho que ela é uma só. Liberdades era coisa que a vó Dinda não deixava a gente tomar com as namoradas. "Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda", diz Cecília Meireles. Xiitas e Chaatos não entendem bem isso.
Espero encontrar muitos dos meus leitores na Latinoware 2009. Tenho até medo de agradecer pessoalmente a todos os que ajudaram para que este seja um grande evento porque sei que vou esquecer alguém, mas assumo o risco! Povo do COLAPHP, KDE, Gnome, Python, Fedora, Geoprocessamento, Robótica, Educação, Ubuntu, Debian... Vocês são o máximo, a verdadeira COMUNIDADE!
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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