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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 05 de Julho de 2010
Nesta semana, exatamente no dia seis de julho, completo 25 anos de casado. Minha mulher, a Meire, merece um troféu por me aturar por tanto tempo. Nos conhecemos na oitava série, que ela pouco frequentou em função de uma hepatite que deve ter durado uns onze meses. Mas ela lembra que, na fila para subir as escadas para a sala de aula, logo depois de cantarmos o hino nacional, eu ficava olhando fixamente para meu indicador, mexendo apenas a falangeta e mantendo o resto do dedo rígido. Por alguma razão, ainda assim, ela resolveu casar comigo.
Tive a honra de apresentá-la ao Isaac Asimov e, até hoje, o livro preferido dela é O Despertar dos Deuses, do próprio. Lembro que foi mais ou menos na época em que nos casamos, um pouco antes ou depois, que li, na Isaac Asimov Magazine, um conto do James Patrick Kelly chamado Mr. Boy. Este foi o meu primeiro contato com a realidade aumentada, um assunto que muito me fascina. No conto de Kelly as pessoas não tinham mais a necessidade de viver sua forma humana. Elas podiam ser o que quisessem. A mãe de Mr. Boy era a Estátua da Liberade.
Assistindo a palestra do Wender A. Silva no Solivre é que me dei conta do quanto estamos próximos de viver o conto de Kelly. Quadradinhos pretos impressos em revistas e colocados na frente da webcam do computador já são coisa do passado. Os programas de hoje já reconhecem nosso rosto e nos vestem com máscaras de Transformers, criam um universo alternativo ao nosso redor, permitem uma imersão em um mundo onde nada existe e, ao mesmo tempo, tudo é muito real. Quer começar a brincar com isso? Dá uma procurada no Google por ARToolKit e FLARToolKit.
O Erick Henrique mostrou como é possível criar um jogo usando uma série de tecnologias abertas. Apenas com o Blender, por exemplo, é possível desenvolver um jogo do início ao fim. Juntar as palestras do Wender e do Erick dá um nó na cabeça. Dá pra imaginar um jogo onde a imersão é absoluta, onde podemos viver como um personagem, ressuscitando a cada vez que somos detonados em uma fase ruim. A Matrix existe!
Agora, com tanta provocação para a cabeça, adivinha quantos nerds cabem num brontomóvel? Dois na frente, três atrás, claro! Terminado o Solivre X, no dia 19 de junho, retornamos ao carro do Sandro Bihaiko. Mesma formação, Sandro e Nell na frente, BBB atrás (Binhara, Breno e Brod). Ninguém dormiu. De religião a viagens astrais, passando por OVNIs, percorremos a madrugada insólita do oeste paranaense até Curitiba, com direito a uma parada que até hoje eu não sei se era verdade ou se era realidade aumentada. Só sei que ainda faltavam algumas horas para o sol nascer, alguns comiam sorvete e um bêbado cantava "Não diga que a canção está perdida, tenha fé em Deus, tenha fé na vida...".
Beijo pra Magrinha, que é parte de mim assim como é parte das manhãs. Ela sabe!
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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