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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 09 de Dezembro de 2010
O tema "redes sociais" já é suficientemente interessante, mas o filme "A Rede Social", de David Fincher, aumentou ainda mais o interesse das pessoas comuns por esse fenômeno. Eduardo Santos, do Ministério do Planejamento, abordou muito bem as redes sociais corporativas com o uso do software OpenACS. Nosso keynote Geoffroy Simon, da empresa belga Getyoo falou sobre conexões que permeiam o real e o virtual, cliques físicos que levam uma pessoa à rede social da outra e a carga de informações em páginas pessoais e privadas que, no mínimo, geram uma economia absurda de recursos naturais.
Eu conheci o Geoffroy na Cebit, na Alemanha, em março deste ano. Ele puxou papo comigo porque viu que eu estava tuitando sobre o evento enquanto, tanto eu quanto ele, esperávamos pelas nossas próximas reuniões em um espaço chamado Future Match. Eu achei que aquilo que a Getyoo estava fazendo não apenas casava plenamente com os assuntos técnicos que vínhamos desenvolvendo para a Latinoware, mas traziam também um viés de respeito ao meio ambiente que queríamos abordar no evento. A dinâmica da Getyoo é tão envolvente que, logo após a Latinoware, a BrodTec e a empresa firmaram uma parceria para o estabelecimento de ações no Brasil, com sede do empreendimento no Parque Tecnológico Itaipu.
A dinâmica das redes sociais, quer tendo ou não como base um Getyoo, Orkut ou Facebook tem tudo a ver com a organização e o sucesso de um evento. Eu consigo datar o relacionamento entre contatos, que acabaram por fazer com que determinadas pessoas participassem da Latinoware, desde bem antes de 1999 quando conheci o Maddog, o Linus e o Stallman na primeira Linux World em San Jose, na California. Se eu cavar antes disto, este contato só aconteceu porque entre 1992 e 1993 eu, o Leandro e o Willy começamos a brincar com o Linux ainda antes do kernel 1.0. Cavando ainda mais fundo, eu só me aventurei pelas notícias USENET porque lá por 1990 o Canal Vip, do Paulo Cesar Breim, já tinha um gateway para a Internet. E eu paro por aqui porque isso ia acabar no meu MSX Hotbit com modem e muitas ligações na madrugada.
A Getyoo traz de volta para o real o contato virtual que, no fim, é onde tudo começa. Claro que eu (e a torcida do glorioso Grêmio, agora na Libertadores) temos amigos que começaram virtuais, mas a verdade é que o contato físico, cara a cara, ainda é o que faz com que as amizades e os negócios tomem a devida velocidade. Eu acho que, de certa forma, isto foi bastante abordado na especialíssima trilha de educação, capitaneada pelo Frederico Guimarães. O contato entre educadores e alunos, entre pais e alunos, é algo que não pode ser simplesmente relegado ao mundo virtual. A tecnologia criou uma barreira tal que os filhos entendem muito mais, estatisticamente falando, de informática do que os pais e também de que seus professores. Isto é tão evidente que basta ir a qualquer escola de ensino médio e perguntar quais estudantes usam Orkut ou Facebook, e quantos de seus pais usam. Isto gera todo um mundo virtual liderado por pessoas muito jovens, cheias de ideias de como usar a rede. Mas muitas também, sem o devido guia paternal, fraternal ou escolar, estão sujeitas a riscos equivalentes aos que estão quando jogadas em meio a uma guerrilha.
O keynote da trilha educacional foi o Bruno Coudoin, autor do Gcompris um conjunto de softwares para educação infantil que, sem medo algum, os adultos ainda não alfabetizados digitalmente deveriam usar junto com seus filhos pequenos. Um pouquinho de tempo por dia, em substituição à novela das oito, já ajuda um bocado.
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Esta crônica tem a colaboração de Joice Käfer
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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