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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 13 de Janeiro de 2011
Ao longo dos meus, hmm, vários anos de informática, aprendi a não assustar-me com novos jargões inventados, normalmente pelo pessoal de marketing, tipicamente em inglês, para vender alguma coisa com a qual muitos de nós, os já iniciados, estamos acostumados. Client-server, downsizing, rightsizing, cloud computing, por aí vai. Algumas vezes a invenção tem a boa intenção de explicar, para os não técnicos, coisas que nós, nerds, não conseguimos. Mas isso tudo mudou muito nos anos recentes. Hoje nerd é cool e as crianças já nascem mandando SMS e falando no MSN com os amigos. As explicações que buscam "vender" novas tecnologias, muitas vezes, ainda pressupõem um desconhecimento e até inocência dos potenciais tomadores de decisões, que estão muito antenados e não são iludidos facilmente. Por isso é muito legal quando surge um texto bom, claro, explicando uma tecnologia que pode até não ser tão nova assim, mas cujos elementos ainda são muito mal aproveitados pelas empresas em geral.
A belga Whatever-Company disponibiliza em seu portal, mediante cadastro, um documento onde explica o que é Enterprise 2.0, ou a Empresa 2.0 -- aquela que está inserida na internet e que faz bom uso dela. Sim, todas as empresas já têm sua página, emails, algumas já usam aplicações de colaboração e gestão baseadas na web e muitas bloqueiam o acesso de seus funcionários a ferramentas sociais. Em resumo, enquanto a Web 2.0 permite que cada pessoa crie conteúdos e expresse amplamente seus desejos e necessidades, o quanto as empresas usam este mesmo meio para melhorar seus negócios, e como medem isto?
As pessoas já usam as redes sociais, por exemplo, para trocarem ideias sobre culinária, metodologias ágeis, criação de filhos, etc. Quantas empresas usam esta estrutura já existente para a capacitação de seus colaboradores em assuntos de seu interesse? Segundo Karie Willyerd, vice-presidente de educação da Sun, "a aprendizagem entre pares, que as tecnologias da Web 2.0 permitem, podem levar a resultados fenomenais como a redução no tempo de levar um produto ao mercado, aumento na capacidade de inovação, na produtividade e no comprometimento dos colaboradores". Mas o mais legal é que estas tecnologias estão disponíveis da mesma forma para a Sun e para a padaria da esquina. E não é preciso ficar treinando ninguém para isto. O público-alvo já usa celulares, troca mensagens instantâneas, posta no twitter e em blogs, tem um perfil no Orkut ou Facebook.
O documento aponta a necessidade de transformar a informação em comunidades de potenciais clientes. Hoje, muitas empresas já perdem clientes com complexos sistemas de gestão de relacionamento e números 0800 enquanto outras, mais ágeis, já estão ganhando novos clientes envolvendo-se em comunidades que os próprios criaram nas redes sociais para falar, bem ou mal, dos seus produtos e serviços, assim como de seus concorrentes. A questão toda é fazer com que a observação do mercado, através de sua manifestação através de ferramentas sociais, torne-se vantagem competitiva. Mas, claro, assim como em qualquer outra forma de relação com clientes através de meios tradicionais, as ações na Web 2.0, nas redes sociais, deve poder ser medida e seus resultados comprovados. O bom é que boas ferramentas de medida, muitas de forma gratuita, já estão disponíveis. Aliás, tais ferramentas são gratuitas justamente porque o fornecedor delas é um dos que já entendeu muito bem a necessidade de avaliar o comportamento dos indivíduos na web. Ou você acha que o Google Analytics é gratuito só porque o Google é bonzinho?
Mas não quero me estender muito porque o artigo, de 12 páginas, é uma leitura muito interessante, especialmente para as empresas que estão começando a tatear as ferramentas da Web 2.0. Assim, apenas traduzo um dos parágrafos que considero essenciais:
Ambientes de trabalho eficazes são aqueles onde há um alto grau de confiança mútua entre empregador e empregados, clientes e fornecedores. A transparência através da boa comunicação e do compartilhamento de informações contribui para a construção desta confiança. No passado, indivíduos relutavam em compartilhar informações e disseminar o que sabiam, assumindo que esta atitude minaria seu próprio valor. Hoje entende-se cada vez mais que todos se beneficiam deste compartilhamento, com aumento do valor de cada indivíduo e do conhecimento coletivo. (...) Isto é vital para o aumento da produtividade de pessoas e equipes e fornece a chama vital para compartilhar e desenvolver ideias que levam à verdadeira inovação.
Agora vai lá ler que vale a pena!
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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