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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 05 de Setembro de 2011
Li, não faz muito tempo, que o Facebook já é o terceiro maior país do mundo em termos populacionais. No momento em que escrevo este artigo as estatísticas do próprio Facebook mostram que hoje a rede tem mais de 750 milhões de habitantes.
Há algum tempo desenvolvemos um estudo e um protótipo para uma empresa que desejava implementar um ambiente virtual de aprendizagem para seus clientes e colaboradores, mas este ambiente não deveria ser "invasivo" e sim privilegiar as formas naturais através das quais as pessoas já buscam informações e aprendem na web. Ao mesmo tempo, ele deveria permitir um direcionamento da educação em assuntos de interesse da empresa e também um bom nível de acompanhamento e avaliação. O estudo nos mostrou que uma parte significativa dos colaboradores da empresa e seus clientes já utilizavam, de forma bastante ativa, as redes sociais para a troca de informações quanto ao uso de seus produtos. Desta forma criamos o protótipo utilizando o Drupal com o módulo Classroom e uma série de outros que permitiam a integração do ambiente com o Twitter e o YouTube. Esta foi a primeira vez em que pensei no termo "Social Network Driven Development", ou desenvolvimento orientado a rede social.
Como sei que há muitos pensamentos soltos na pensosfera coletiva, procurei por "Social Network Driven Development" no Google e encontrei um blog da Universidade de Southampton, na Inglaterra, que relata a criação do MovieIt, um sistema de recomendação de filmes entre amigos conectados através do Twitter e do Facebook. Uma pessoa assiste um filme, dá uma nota para ele e, se quiser, escreve uma recomendação ou o indica diretamente aos amigos. Outras pessoas podem procurar pelos filmes avaliados por seus amigos e o sistema pode recomendar filmes de acordo com similaridade de perfis.
Mesmo sem a existência de um sistema formal de recomendações e avaliações, o Rio Grande do Sul viveu um belíssimo exemplo de desenvolvimento que originou-se e foi alimentado a partir das redes sociais. Em dezembro de 2010, o músico Tonho Croco publicou no YouTube a música Gangue da Matriz em homenagem aos 36 deputados gaúchos que votaram por um aumento de 73% em seus próprios salários. Deu bafafá, ameaça de processo contra o Tonho, mas deu resultado. Foram muitas as manifestações públicas de apoio ao músico, tanto no mundo real como no virtual. Mais recentemente, no dia 31 de agosto, o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul negou o aumento, autoconcedido, de 73,3% aos vereadores de Porto Alegre. Eu me pergunto de onde eles tiram esses percentuais!
Infelizmente o Rio Grande do Sul não é o único palco de aumentos autoconcedidos a nossos representantes no governo. A culpa é nossa. Votamos neles. Mas pensando, de novo, no que já está sendo desenvolvido com base em redes sociais, uma aplicação nos moldes do MovieIt que nos permitisse dar notas e comentar sobre os políticos, recomendando-os ou, especialmente, desrecomendando os desonestos, auxiliaria muito a nossa memória na hora do voto. Só os nomes que aparecem nos links com os quais recheei este artigo alimentariam um bom projeto piloto.
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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