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X-Picanha em Brasília

Por Cesar Brod

Data de Publicação: 16 de Março de 2012

Neste mês, março de 2012, completo seis meses de vida na capital federal. Já avancei algumas lições no meu curso de convívio com a saudade e estou dando todo o espaço merecido para a cidade de Brasília em meu coração. Mas tem uma série de coisas das quais eu ainda sinto falta. Dentre elas o xis, o prensadão!

Lembro que quando mudei-me para São Paulo pela primeira vez, em 1971, uma das coisas que eu procurava fazer a cada retorno ao Sul era ir até a Borges de Medeiros, perto da esquina com a Rua da Praia, com meus tios Kiko e Nico para comer um cachorro quente, de salsicha ou linguiça, vendido nas carrocinhas. Como um pokemón, as carrocinhas foram evoluindo para traillers, vans, até ônibus. Por alguma razão, lá pelo final dos anos 1970, começo dos anos 1980, os "cachorrões" - como eram chamados os pontos de venda - começaram a prensar os lanches, o que facilitou o manuseio e consumo dos monstros sanduíches que, além dos cachorros quentes, incluíam os mais variados tipos de Xis.

Xis, pra quem ainda não sabe ou não adivinhou, é a corruptela brasileira do Cheese Sandwich americano. No Sul tem Xis de tudo: do tradicional Xis Bacon até o Xis Coração, passando pelo Xis Fricassê e o Xis Strogonoff. Pra completar, entre as duas fatias ainda cabem purê de batatas, milho, ervilha, queijo ralado, tomate picado e o que mais a imaginação permitir.

Há alguns anos uma grande rede americana de sanduíches explorou a possibilidade de fincar seus arcos amarelos na cidade de Lajeado. Reza a lenda que a pesquisa feita pela empresa mostrou que não havia ainda, na região, número suficiente de pessoas que justificasse o estabelecimento de uma franquia. Eu acho é que eles ficaram com medo de competir com o Beer Dog, o Carmelito, o Xis da Neguinha, o Tripida, o Morte Lenta e tantos outros.

Talvez por isso, talvez por outros motivos, a ideia de franquia bateu no espírito empreendedor dos irmãos Bottoni, que em seguida abririam o seu X-Picanha Delivery já com a ideia de estabelecer uma rede de franqueados capaz de oferecer o bom Xis gaúcho por outros cantos do Rio Grande do Sul e do Brasil. Eu fico aqui, no planalto central, na torcida para que o X-Picanha atravesse o Mampituba e siga ainda mais para o centro do país. Enquanto isso, sonho acordado com o X-Entrevero: Picanha, calabresa, bacon, frango, alface, tomate, maionese, tempero verde, queijo e ovo - tá bom ou quer mais?

Beijo pra Luciele Bottoni!

Sobre o autor

Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.

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