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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 03 de Julho de 2013
Nesse dia 3 de julho de 2013, primeiro dia da 14.a edição do Fórum Internacional de Software Livre, dei-me conta de algo notável: preciso de credencial para entrar no evento. Faltei em apenas um FISL desde que o evento foi inventado nas salas de reuniões da Procergs em 1999. Essa falta aconteceu em 2004, quando eu e o Vilson Gärtner participávamos de um projeto de intercâmbio tecnológico entre a Univates/Solis e a Universidade de Western Cape, na África do Sul.
Eu tinha pouco mais de duas horas para visitar o FISL hoje. Queria rever amigos e fazer duas rápidas reuniões. Uma com o pessoal da SUSE e outra com o pessoal da DBSeller. Especialmente, queria rever a turma do portal do Software Público Brasileiro (Corinto, Felipe, Nayanne, Lovatel, beijos para vocês!), que eu sabia que estaria no evento, e a Ana Oldoni e a Dani Veronezzi (mais beijos ainda!), musas da Latinoware.
Cheguei chegando e fui barrado no baile. Aí que me dei conta! É óbvio! Em todos os anos anteriores eu tinha algum papel no FISL. Nos primeiros anos eu participei da organização. Em vários anos participei como palestrante, como patrocinador (com a Solis) e até como funcionário do ministério do planejamento. Eu nunca me preocupei com minha credencial. De uma forma ou outra, eu já entrava no FISL com uma.
Fui tão faísca que abstraí a credencial. Cheguei no FISL como quem chega na casa de um grande amigo, dos pais, filhos. A gente só bate na porta e já vai abrindo. Mas não é assim. Eu é que sou meio sem noção. Até minhas filhas reclamam desse meu hábito de chegar chegando na casa delas, abrir o armário à procura de um chinelo velho que eu sempre espero estar lá e secar-me, após o banho, com a primeira toalha (mais ou menos) seca que encontro pendurada. Eu presumo intimidades adquiridas, mas isso acontece só na minha cabeça!
Sem credencial, barrado no baile, já tendo papeado com os queridos Ramón ao quadrado, Alexandre Oliva, Deivi Kuhn e outros amigos, já sobravam-me menos de duas horas pra passear pelo FISL e a fila pra comprar a credencial estava grande demais pra minha idade. Eu chegaria ao fim da fila com duas horas a menos de vida.
Liguei para o amigo Maruen Said, da SUSE, e disse a ele que nos encontraríamos no térreo do prédio 40 da PUC RS, antes das catracas. Aí ele arrumou-me uma credencial de expositor e, nos então pouco menos de 40 minutos que me restaram, pude dar uma olhadinha rápida no FISL 14. Ainda pude rever mais alguns amigos, dentre eles o Ricardo Bimbo, também da SUSE.
Faltou ver muitos outros amigos. Não consegui chegar ao estande da DBSeller para pegar o material do software público e-Cidade que estamos tentando fazer emplacar em Lajeado e outras cidades do Vale do Taquari que insistem em gastar o dinheiro de seus cidadãos com softwares proprietários (uma vergonha!). Faltou ver meus queridos amigos do Pandorga que já cortaram a linha dez e a rabiola e estão ganhando o mundo. Faltou ver muita gente! Tudo culpa minha!
Mas é o seguinte! Advogando em causa própria, despudoradamente peço ao pessoal do FISL que invente uma credencial de "nerd sem noção" ou coisa parecida para esses que, como eu, chegam lá pelo evento querendo mostrar para todos os nerds novinhos a paisagem posta e dizer: "Meus filhos, isso tudo em que a liberdade toca, é de vocês! Vem pra rua!"
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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