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Por Cesar Brod
Data de Publicação: 18 de Janeiro de 2017
Em 2008 Jeff Sutherland permitiu que eu traduzisse e publicasse sua apresentação As Raízes do Scrum. Na apresentação, Jeff fala que para atingir o ba é necessário amor, cuidado, confiança e compromisso. Mais adiante, ele mesmo diz: "Você sabe, não falamos muito sobre amor em Scrum porque este é um sentimento muito delicado para a maioria dos desenvolvedores de software. Mas falamos sobre verdade, realidade. Tudo é transparente."
O ba é aquele estado de glória no time Scrum, a partir do qual as soluções emergem de mentes em perfeita sincronia.
Eu brinco, em meus treinamentos, que todos que praticam o Scrum viram meio místicos. De fato, eu acredito na teoria de Rupert Sheldrake, quando ele diz que a consciência, a mente, não está limitada fisicamente ao corpo, que temos conexões intuitivas com outras pessoas e que isso pode ser exercitado e melhorado.
Muitas das dinâmicas aplicadas nos treinamentos são, de fato, para criar e melhorar essas conexões intuitivas, ainda que elas não pareçam ter nada a ver com o desenvolvimento de produtos. Aliás, um evento excelente para trocar ideias sobre essas dinâmicas em treinamentos é o Scrum Gathering, fique atento para as datas.
Também afirmo que devemos, sim, falar do amor no Scrum.
Ajuda muito, ao implementar o Scrum em novos times, entender um pouco sobre como grupos sociais funcionam. Em um artigo de 2007 para a Scrum Alliance, Jörgen Fors fala sobre uma teoria desenvolvida pelo psicólogo Will Schutz, durante a guerra da Korea, para explicar diferentes desempenhos de equipes treinadas da mesma forma. Schutz concluiu que o desempenho de cada equipe está diretamente relacionado à forma como seus membros se comunicam.
Durante sua vida, uma equipe passa por três fases:
Inclusão, quando a equipe ainda é nova, imatura e seus membros ainda estão construindo um sentimento de pertencimento e aceitação. Todos sentem a necessidade de motivação para que se sintam importantes para o time.
A fase de controle é aquela em que os indivíduos focam-se em determinar a sua posição relativa no time. A necessidade, agora, é do indivíduo sentir-se competente o suficiente a ponto de ser capaz de influenciar a equipe.
A fase de afeição é a da equipe madura. Todos os membros agem de forma aberta e transparente, compartilhando pensamentos e sentimentos. Nessa fase, a motivação do indivíduo é sentir-se amado pelos demais membros da equipe.
Em qual fase a equipe é mais produtiva? Resposta óbvia, certo?
Mike Cohn, agilista mestre Jedi, escreveu muito sobre as reuniões diárias do Scrum. Ele mesmo já disse que a reunião pode começar com alguns minutos adicionais de perguntas pessoais:
Como está a família? @@ E o jogo de ontem? @@ Você viu o vídeo aquele do gatinho fofo? @@ Conseguiu tirar aquela música no violão?
Claro, as perguntas eu traduzi aqui de vaga lembrança, mas o fundamental é aumentar a empatia do time antes de entrar nas clássicas:
O que eu fiz ontem? @@ O que vou fazer hoje? @@ Quais os meus impedimentos?
Enfim, construir o amor, alimentar as conexões intuitivas e chegar ao ba!
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
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