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Por Carlos Nepomuceno
Data de Publicação: 21 de Setembro de 2007
No evento Web 2.0 da Revista Info, organizado em São Paulo, no dia 17 de setembro, pudemos ver que ainda temos poucas experiências concretas nas empresas na implantação de projetos colaborativos, utilizando as novas tecnologias e participativas disponÃveis (vou evitar usar o termo web 2.0 para diminuir resistências).
Na verdade, as instituições estão tateando nesse mundo colaborativo.
Lá, pudemos ouvir o relato da experiência dos portais de conteúdo (UOL, Terra e Globo Online) com a abertura de comentários para leitores, blogs e comunidades, do qual participei.
E algumas experiências Wikis em empresas, no caso da amil e Hering. E uma rede colaborativa da Le Postiche
Na verdade, o que a maioria queria saber, pelos papos que tive nos corredores do evento, é o que vai acontecer com o nosso velho portal, tanto na internet como na intranet.
E, para variar, os alarmistas de plantão, consideram que é preto ou branco. Ou agora é tudo colaborativo. Ou ainda que tudo fica como antes, no quartel online de Abrantes!
Mas ao que tudo indica, teremos um cinza hiper-multicolorido.
A história dos sistemas de informação demonstra que uma nova etapa que surge, a partir de novas tecnologias de comunicação, parte da assimilação e incorporação da anterior, modificando-a com o tempo, para a instauração de uma nova fase, permitindo uma melhor dinâmica da circulação de idéias, troca de conhecimento e, por sua vez, ampliação da competitividade, com geração de riqueza para os que dela tiram proveito.
Ninguém deixou de gesticular quando passamos a falar. Ou ficou mudo, ao escrevermos. E nem deixamos de escrever, quando pudemos falar a distância pelo rádio ou aparecer de corpo inteiro na televisão.
Houve modificações e adaptações, mas não substituições. E quem se apropriou desses instrumentos com mais inteligência, teve vantagens.
Assim, pela experiência adquirida, os novos ambientes colaborativos se incorporarão e se integrarão ao que já temos de forma rápida, pois é um elemento de competição em direção ao mercado futuro. Ajudarão a consolidar as redes existentes, dinamizando-as e criando novas na perspectiva de ampliar e dinamizar o conhecimento, peça fundamental para o desenvolvimento do ser humano.
Hoje, já podemos identificar quatro tipos de topologias de rede que já convivem no mundo da cibercultura, a primeira mais tradicional e majoritária e as outras incipientes, mas tendendo a rápida expansão.
A tendência dos portais não será adotar uma ou outra destas topologias de rede, mas integrá-las, pois cada setor, segmento, tipo de informação se tornará mais dinâmico a usar determinada topologia, a saber:
São necessidades diferentes, que exigem topologias de rede distintas e ferramentas especÃficas, que, no seu conjunto e uso, vão dar para aquele grupo um dinamismo interessante.
O desafio agora é ter ferramentas, conceitos e capacitação dos incentivadores da rede para integrar esses quatro modelos e tornar isso tudo amigável e transparente para que o conhecimento flua cada vez de forma mais invisÃvel para os participantes.
Essa é a grande oportunidade para os profissionais que trabalham com rede e o desafio para as empresas que vão contratá-los.
A idéia é que esses profissionais sejam capazes de deixar que de cada blog, novo espaço de trabalho nas empresas, cada um coloque a informação ali e de lá para qualquer lugar, como nas comunidades, no ambiente wiki, no portal institucional e vice-versa.
A internet e intranet passam a ser uma grande rede social, integrando os quatro ambientes disponÃveis, e de cada lugar será possÃvel compartilhar conhecimento nas diferentes topologias que cada informação exige.
Esse é o novo conceito! Um bom novo dilema para a sociedade em rede.
Quem conseguir resolvê-lo com mais rapidez e eficiência vai sair na frente e conseguirá, com certeza, um espaço especial com vista para o mar do futuro.
Carlos Nepomuceno é Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense é consultor e jornalista especializado em Tecnologia (Informática e Internet), com larga experiência em projetos nestas áreas. Foi um dos primeiros webmasters do Brasil. Atualmente, presta consultoria permanente para as seguintes instituições: Petrobras, IBAM e Sebrae-RJ. à professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, com a cadeira "Inteligência Coletiva" e coordenador do ICO - Instituto de Inteligência Coletiva.
à autor, com Marcos Cavalcanti, do livro O Conhecimento em Rede Publicado pela Campus/Elsevier, é o primeiro livro no Brasil a discutir a WEB 2.0, a levantar paradigmas quanto à inteligência coletiva e a mostrar, na prática, como implantar projetos desta natureza. O livro trata desta nova revolução cultural, social e tecnológica a que todos estamos expostos.