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O Twitter não existe

Por Carlos Nepomuceno

Data de Publicação: 27 de Dezembro de 2009

Viver é inventar-se: inventar sua vida, sua função no mundo, sua presença - Ferreira Gullar - da minha coleção de frases.

Estive esta semana na Prodesp para discutir com eles o projeto de implantação interna de redes sociais, que inclui blogs e wikis.

(Ouça no rodapé do post a íntegra da palestras em três partes.)

Lá pela tantas, alguém me pergunta sobre o Twitter.

"E o Twitter?".

"Não existe", replico.

Twitter não é uma Tv Globo.

A Tv Globo existe enquanto um canal de mídia e conteúdo.

Você liga lá e vê uma coisa só.

Tem uma opinião diferente do seu vizinho, mas partem da mesma fonte.

O programa que cada um compartilha.

Já o Twitter não existe enquanto canal de mídia, é apenas uma rede, igual a do telefone, fax, ônibus, ponte.

Ou seja, depende de quem usa.

Mesmo com aquela pergunta cretina "O que você está fazendo", que induz muita gente a dizer que está almoçando miojo com salsicha. :)

Não existe um Twitter, mas tantos usos quanto o número de usuários.

Ninguém usa igual a ninguém.

Pois nunca terá os mesmo seguidores ou seguidos, a não ser que seja um "seguidor psicopata" ;) .

Por isso, ninguém pergunta.

E o telefone?

E o celular?

E a ponte Rio-Niterói?

Tão lá!

O Twitter, portanto, não existe enquanto canal de conteúdo.

Mais adiante, quando nos acostumarmos a ele, parecerá estranho alguém perguntar: e o Twitter?

Talvez: como está a sua relação com ele?

De amor ou ódio?

Melhor, bem melhor!

Como já não se pergunta sobre a Internet.

E a Internet?

Como assim?

Tá lá!

Pois depende de cada um.

Depende de quem está utilizando, e aí tem de tudo.

Da sua capacidade de achar bons seguidores, conversar com eles, e ser seguido por pessoas interessantes que multipliquem, o que deve ser multiplicado.

A Internet, no fundo, é isso um canal de fios, que em cima deles, criamos um mundo ou um fundo de poço.

Depende de quem está lá em cima, querendo pular lá para baixo na água ou no cimento.

Ou escrevendo um poema como esse de bate-pronto, um hai-tweet com menos de 140 toques, que fiz vapt-vupt para este post indagativo:

Web? Posso ou fosso? Poço ou não posso?

Que dizes?

Ouça a íntegra da palestra em três partes:

Sobre o autor

Carlos Nepomuceno é Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense é consultor e jornalista especializado em Tecnologia (Informática e Internet), com larga experiência em projetos nestas áreas. Foi um dos primeiros webmasters do Brasil. Atualmente, presta consultoria permanente para as seguintes instituições: Petrobras, IBAM e Sebrae-RJ. É professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, com a cadeira "Inteligência Coletiva" e coordenador do ICO - Instituto de Inteligência Coletiva.

É autor, com Marcos Cavalcanti, do livro O Conhecimento em Rede Publicado pela Campus/Elsevier, é o primeiro livro no Brasil a discutir a WEB 2.0, a levantar paradigmas quanto à inteligência coletiva e a mostrar, na prática, como implantar projetos desta natureza. O livro trata desta nova revolução cultural, social e tecnológica a que todos estamos expostos.

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