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Por Carlos Nepomuceno
Data de Publicação: 01 de Julho de 2011
"Embora todos estivessem, em parte certo, todos estava errados" - Hohn Godfrey - do poema Os cegos e o elefante;
Diante de tantas mudanças, é natural que procuremos explicações (muitas vezes apressadas e sem reflexão individual e principalmente coletiva) sobre o mundo atual.
Vivemos hoje um mundo de muitos pensadores-intérpretes, que cantam a música dos outros; e poucos pensadores-compositores, que compõem sua própria teoria.
Isso é algo que se espalha, se espalha, se espalha.
**E como há interesses ou dificuldades afetivo/cognitivas de se abandonar determinados conceitos de preservar aquilo que me é mais favorável, uma meia verdade, ou uma visão estreita, repetida mil vezes, ainda mais na mÃdia de massa, se torna uma verdade absoluta.*//
(Por mais que a mÃdia de missa esteja aqui rouca de dizer isso.)
No que posso perceber em todas as especulações sobre a sociedade atual em curso existe uma questão central:
(Aliás, um ponto central de todas as reflexões de todos os pensadores que quiseram trazer ao mundo uma nova visão, ao longo de todas as épocas.)
Chamaria de *micrismo**aquilo que é universal, mas visto como conjuntural. Ex. Sociedade da Informação, já que a informação sempre esteve presente na sociedade cumprindo o seu papel.
O umbiguismo,por sua vez, nos leva a ver a socidade da nossa janela disciplinar.
Não sou o primeiro a dizer que todas as sociedades humanas foram dependentes de redes, da informação e do conhecimento.
Todas tiveram o seu aparato produtivo.
E que qualquer coisa chamada de pós é pela incapacidade intelecutal de uma definição mais exata do que de fato pode ser.
Diria mais.
Que o perene na nossa sociedade são os sentimentos humanos incontroláveis, que nos conduzem, sem discussão, e com pressa a procurar soluções para nossas demandas de espécie animal/social.
Que a complexidade destes fatores humanos foram, são e serão relacionados ao tamanho da população, um fator irreversÃvel que cria problemas a serem resolvidos que condiciona, na sequência, todos os demais.
Mudanças na demografia fazem parte da macro-história e todo o resto da micro.<http://nepo.com.br/2011/05/26/a-diferenca-entre-a-macro-medio-e-micro-historia/>
à preciso para não cair no micrismo e no umbiguismo de duas ferramentas poderosas:
Ambas as doenças intelectuais geram muito mais fumaça do que fogo; confusão do que significado.
E nos coloca na crise atual de percepção e, por sua vez, de ação.
Não sabemos o que fazer, pois não compreendemos o que de fato está mudando e o que sempre será demanda humana, independente o seu tempo.
Num cÃrculo pantanoso, no qual grande parte está hoje atolada.
Se me perguntassem, então:
Como podemos definir o mundo de hoje?
Poderia dizer que a única grande novidade, de fato, que pode definir a nossa sociedade, a nÃvel macro, é pela primeira vez na história sermos 7 bilhões de habitantes, todos no mesmo espaço e tempo, nessa bola que habitamos.
E isso gera, como consequência, alterações em todas as áreas, de maneiras distintas e relacionadas, todas para suprir as demandas que estas almas e corpos nos obrigam.
Estamos fazendo um macro-ajustes nesse processo, tendo uma força e uma importância muito maior do que achamos, o papel da informação, da comunicação e do conhecimento, como placas-mães e sistemas operacionais da sociedade.
Mas só precisamos da rede digital e a adotamos por uma necessidade de produzir mais e melhor, além de resolver problemas materiais e do espÃrito relacionados.
Porém, não podemos, por causa disso, definir nossa sociedade como a da rede digital pois é o tal umbiguismo micral.
SerÃamos, a meu ver, uma nova espécie, que procura construir uma nova sociedade, que chamaria os 7 biliuns homuns e mulheres sapiens.
Que tem que se virar num mundo lotado e cada vez mais amontoado e interconectado em grandes aglomerações.
Que dizes?
Nepomuceno
nepo.com.br
Carlos Nepomuceno é Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense é consultor e jornalista especializado em Tecnologia (Informática e Internet), com larga experiência em projetos nestas áreas. Foi um dos primeiros webmasters do Brasil. Atualmente, presta consultoria permanente para as seguintes instituições: Petrobras, IBAM e Sebrae-RJ. à professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, com a cadeira "Inteligência Coletiva" e coordenador do ICO - Instituto de Inteligência Coletiva.
à autor, com Marcos Cavalcanti, do livro O Conhecimento em Rede Publicado pela Campus/Elsevier, é o primeiro livro no Brasil a discutir a WEB 2.0, a levantar paradigmas quanto à inteligência coletiva e a mostrar, na prática, como implantar projetos desta natureza. O livro trata desta nova revolução cultural, social e tecnológica a que todos estamos expostos.