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Data de Publicação: 10 de Agosto de 2011
Estamos numa bolha? Eli Parisier
Eli Pariser colocou o dedo na ferida.
O vÃdeo dele no TED circulou e fez sucesso.
Além de uma matéria de 4 páginas na última Info, 305.
O que ele está denunciando, ou inaugurando, é um novo debate polÃtico:
Precisamos abrir a discussão democrática dos algoritmos.
Antes da Internet, os jornais tinha um código de ética, ou tentavam ter.
Filtravam humanamente o mundo para nós.
Um editor decidia o que Ãamos ler, ver e ouvir no jornal, no rádio e na tevê.
VivÃamos numa bolha da mÃdia de massa.
E era ele que nos enredava de realidade.
Agora, a Internet veio com uma promessa muito badalada, mas impossÃvel: sermos livres!
Não vai haver essa liberdade ampla, geral e irrestrita, por um motivo simples: precisamos de filtros para nos orientar na vida, temos limitações enquanto espécie animal social.
Nossa vida - cada vez mais corrida ? precisa de alguém (seja gente ou seja máquina) que nos facilite a filtragem da informação.
Ou seja, ser gente é ser filtrado. Ponto final!
O que temos que discutir agora é como será feito isso?
E qual é o grau de interferência que as pessoas terão para controlar esses filtros mecânicos, via algoritmo.
O Facebook, o Google, o Google+ todos estão, de alguma forma, selecionando aquilo que devemos (ou podemos ver).
Acredito que a Web 3.0 será a nossa capacidade de termos um assistente digital, que vai discutir conosco essa personalização, que é feita hoje em massa, dialogar com os algoritmos dos sites que acessamos e nos filtrar de forma mais interativa.
Nós teremos mais opções de escolha.
Vamos definir em que grau queremos mesmice e em que grau queremos novidades.
A preocupação é válida e é em torno dos algoritmos que o debate polÃtico se dará no futuro, já que tudo ? cada vez mais ? será plataforma digital, que regularão nossas vidas.
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Carlos Nepomuceno é Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense é consultor e jornalista especializado em Tecnologia (Informática e Internet), com larga experiência em projetos nestas áreas. Foi um dos primeiros webmasters do Brasil. Atualmente, presta consultoria permanente para as seguintes instituições: Petrobras, IBAM e Sebrae-RJ. à professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, com a cadeira "Inteligência Coletiva" e coordenador do ICO - Instituto de Inteligência Coletiva.
à autor, com Marcos Cavalcanti, do livro O Conhecimento em Rede Publicado pela Campus/Elsevier, é o primeiro livro no Brasil a discutir a WEB 2.0, a levantar paradigmas quanto à inteligência coletiva e a mostrar, na prática, como implantar projetos desta natureza. O livro trata desta nova revolução cultural, social e tecnológica a que todos estamos expostos.