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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 30 de Novembro de 2009
Estados como o brasileiro e também empresas que atravessam grandes fases de desorganização por falta de conhecimento e ou negligência às práticas e normas de gestão vivenciam a uma situação que podemos denominar : ignorância coletiva.
Negligenciar é uma terrível forma de ignorância tendo em conta que os resultados desastrosos são previsíveis.
Ignorar uma tarefa tendo a obrigação e incumbência nos afasta do campo da razoabilidade e nos coloca no campo da petulância, onde nos julgamos acima do bem e do mal.
Esse tipo de atitude tem levado o estado brasileiro á bancarrota, como podemos ver com os descasos noticiados todos os dias e, ainda, colocado muitas empresas em situação falimentar, deixando muitas famílias sem trabalho.
Caberia num debate perguntar de quem é a culpa?
Sem dúvidas nenhuma e a resposta é extremamente simples : coletiva.Sim, a culpa é coletiva.
Vivemos em sociedade, não somos seres isolados, somos bombardeados todos os dias por informações e temos à nossa disposição inúmeros meios de manifestação, portanto quando um projeto coletivo fracassa a culpa é coletiva.
Há sim inúmeras situações em que nos sentimos impotentes, pois apesar de questionarmos erros de gestão medidas corretivas não são tomadas, contudo de uma coisa temos certeza : "À medida que provocamos debates vamos encontrando pessoas que já questionaram a situação anteriormente e vamos formando alianças". Esta é uma verdade que poucas vezes poderá ser contestada.
Considerando esta afirmativa verdadeira, então por que razão correções não são efetuadas?
A razão e a petulância, dependendo do tema em debate, ora se afastam ora se aproximam e quando a questão poder está em jogo a linha que as separa é muito tênue.
Um homem não foi capaz de incendiar Roma, uma cidade inteira, por capricho?
Quantas Romas não foram incendiadas pela mesmo motivo ?
Sociedades organizadas costumam apresentar um nível menor de corrupção e desmandos administrativos, refletindo na gestão dos estados e das empresas.
Quando garoto ouvia minha mãe contar a história de uma estrangeira que veio morar em nosso país e quando seguia de trem para o trabalho, pela manhã, achava divertido jogar as cascas da banana que comia pela janela, pois em seu país não podia ter aquela atitude.
Hoje não jogamos mais cascas de banana, mas com uma freqüência enorme vejo rapazes tomando cerveja em seus carros e atirando as latas nas ruas.
Há pleno conhecimento da sujeira que isso provoca, da falta de lógica no ato, contudo a sociedade não se revolta e se omite.
Saímos deste exemplo para a negligência de funcionários com suas tarefas e descasos de patrões com suas empresas e com seus colaboradores.
Como consultor, quando faço um diagnóstico para organizar uma determinada situação vejo que 99% das soluções que vou propor já foram feitas no passado e não deram os frutos necessários.Por que deveria eu então acreditar que determinadas recomendações neste momento dariam resultados positivos?
O trabalho que vou realizar não será um trabalho isolado, portanto um trabalho coletivo, feito em sociedade, um trabalho que tem que ser debatido e aceito.
Uma vez aceito e tendo obtido o comprometimento das pessoas nossas chances de sucesso aumentam, pois estamos desde o início combatendo o maior dos males do trabalho em grupo : a ignorância coletiva.
O custo da ignorância de fatos pelo desconhecimento costuma não sair tão caro quanto pelo descaso e petulância.
As sociedades costumam se formar por identidade de comportamento, dessa forma espero que cada vez mais tenhamos sabedoria para não permitir a vitória da ignorância coletiva.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.