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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 15 de Dezembro de 2009
Analisando as definições das palavras líder e comandante chegamos a crer que ambas têm praticamente o mesmo significado e o seu uso, efetivamente, nos deixa confusos.
Vejamos seus significados:
Você já observou que algumas vezes damos à palavra líder o significado de algo natural e outras de algo delegado?
Inúmeras vezes li e ouvi a expressão: Ele tem uma liderança natural!
Na realidade, quando tratamos de liderança, normalmente, estamos falando de pessoas que de uma forma única exerce influência sobre um grupo de pessoas, levando-as a tomar determinadas atitudes.
Poderíamos criar uma imagem para mostrar a diferença entre esses dois conceitos onde o líder segue a frente da massa, sendo por esta seguido. O comandante, atrás da massa os empurrando.
Bom, poderia surgir a seguinte questão: Quem comanda não lidera? Nesse conceito.......
Quem lidera pode comandar, quem comanda não necessariamente lidera.
Parecia que os conceitos ficariam claros, mas agora sim complicou, não?
Para comandar é necessário que a essa pessoa um posto seja dedicado. Esse posto deve investi-lo de autoridade e uma direção ou rumo devem ser estabelecidos. Para liderar isso não é necessário.
A liderança é exercida pelo fascínio gerado por uma idéia ou pelo magnetismo de uma pessoa.
Poderíamos encontrar um líder que não se sentisse bem cercado de pessoas?
Quando o modo de agir é que gera atração é mais difícil, contudo quando esse fato se dá com conceitos, por ele desenvolvidos, é perfeitamente normal.
Isso é facilmente observável? Não, todo conceito é contestável e contestado, portanto o líder ao defendê-lo, normalmente veementemente, dificulta a separação da atração pelo conceito ou pelo homem.
Os vilões são grandes exemplos disso. Os desenhos animados mostram muitas dessas facetas. As atitudes são reprovadas, mas seu magnetismo pessoal os torna atraentes! Tarantino, no cinema, é mestre nessa arte.
Note que o vilão é seguido por um grupo de personagens, o herói se vê sozinho, muitas vezes consegue ajuda convocando e apelando para nobres sentimentos.
Tomando o exemplo do herói, se eu me apropriar de uma idéia posso liderar já que esta exerce fascínio sobre as pessoas?
Não, você poderá comandá-las, tendo um conceito como direção.
Nas nossas empresas procuramos pessoas que mudem o status quo, que nos mostrem novos caminhos, ou que sejam capazes de garantir a execução de planos, previamente elaborados, muitas vezes sem a sua participação?
Estamos dispostos a aceitar conceitos que confrontem a ordem ou desordem instalados? Novas idéias, mesmo que não gerem mudanças radicais, são facilmente debatidas, mesmo que não aceitas?
Acordamos, sem resistências, debater um mesmo assunto, mais de uma vez, já que a pessoa recém-chegada insiste, por considerá-lo importante?
O anúncio, em muitos casos, não deveria ser: "Procura-se profissional tecnicamente atualizado, capaz de comandar equipes, levando-as a realizar trabalhos previamente estabelecidos, gostem ou não, sem contestação, própria ou do grupo?".
Ao analisar muitas invenções e métodos de trabalho bem sucedidos em algumas organizações, observaremos que estes estiveram à disposição de outras e foram recusadas sem uma análise mais cuidadosa, levando seus criadores a buscarem locais mais férteis para sua liderança.
Pensei, pensei, não sei!
Liderar...comandar ...é a mesma coisa?
Hum, ... as empresas procuram contratar líderes ou comandantes?
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.