você está aqui: Home → Colunistas → Construindo o Futuro
De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.
Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 19 de Fevereiro de 2010
Um estudo do mercado e da história empresarial nos mostra uma série de fracassos que poderiam ter sido evitados e outros tantos que estão a caminho e não serão.
A pergunta seria:" É possível determinar com certeza as empresas que desaparecerão analisadas suas condições econômicas e financeiras?"
Sim, muitas, consideradas as condições atuais, só sobreviverão se houver injeção de capital, pois já esgotaram as oportunidades de captação de recursos junto aos fornecedores, instituições financeiras e de atraso de impostos.
Uma empresa que tem uma dívida de curto prazo de mais de três meses de faturamento precisa de um plano de reação muito agressivo.
Ainda que pudesse separar dez por cento do resultado líquido para pagamento do principal da dívida, não sairia dessa situação em menos de três anos.
Claro, é possível alongar a dívida, mas ainda que a amortização fosse feita com cinco por cento do resultado líquido estaria comprometendo os próximos seis anos da empresa.
Nessas condições como crescer, construir o futuro?
Futuro não só da empresa, mas também dos gestores!
Para chegar numa situação como essa a empresa não precisou de pouco tempo, está em crise de gestão há bons anos, a não ser que tenha investido o capital de giro em equipamentos.
Não importa, dívida e dívida e compromete o futuro.
Gestão empresarial é um processo simples e óbvio, porque gestores perderiam o controle por tanto tempo?
Imagine uma caixa d´água que todos os dias têm que ser abastecida com baldes.
Como os gestores vêem que não falta água no riacho um dia abastecem a caixa, outros não.
Com o tempo param de olhar o nível e trazem alguns poucos baldes cheios. Um dia vão ao riacho e o encontram seco e para espanto de todos a água na caixa está bem abaixo do nível de reserva.
Na primeira seca ou demora das chuvas o estrago está feito.
E o que tinham que fazer?
Apenas manter a caixa cheia sempre!
A organização demandava apenas olhar o nível e trazer do riacho a quantidade de água necessária, de preferência em um horário determinado, por pessoas designadas e por segurança ter alguém que todos os dias se certificasse que a tarefa tinha sido realizada.
Você pode dizer: - Ah, isso é bobagem, uma comparação sem nexo!
Considere que reservatório da empresa é o saldo bancário e as contas a receber.
O balde os clientes e a água o faturamento.
Não é difícil encontrar empresas que numa simples análise da carteira de clientes percebemos que muitos não compram há quase ou mais de um ano e ninguém percebeu.
Isso significa que não há um responsável colocando as mãos naquele balde e em tantos outros.
A quantidade significativa de clientes em carteira mostra que a empresa por um determinado período apresentou crescimento, vinha obtendo sucesso, mas este foi interrompido.
Por que gestores perderiam "o pé" do processo se vinham administrando bem a empresa?
A razão é simples: Nenhum de nós tem super-poderes. Gestores arrojados trabalham no limite de suas competências, mas nem todos têm disposição para aceitar que precisam de ajuda.
Ajuda em gestão é adicionar competências, isso faz parte do conceito de administração, mas nem sempre das regras de conduta pessoal.
Gestor é técnico e jogador e um número significativo encara a procura por ajuda com preocupação e como uma demonstração de fragilidade.
As consequencias são muito sérias, pois quando não destroem a empresa tornam o futuro incerto e expõe grupos enormes de pessoas às condições de meros sobreviventes.
As resistências dos gestores podem ser demonstradas de muitas formas, como por exemplo:
Um dia um gestor me disse: Por que você acha que pode conseguir recursos mais baratos do que eu que sou empresário?
Ora, simples! Levantamos cem por cento do capital de giro que ele precisava no BNDES. Não tinham experiência e consideravam esse meio um sonho distante.
Outro me dizia certa vez: Reconheço que você tem grande experiência em gestão, mas jamais saberá tecnicamente tanto quanto eu sobre os produtos!
Excelente, quando tivermos que consultar um especialista já sabemos quem procurar.
Não é necessário dizer que a fábrica tinha problemas quem não eram resolvidos porque as soluções entravam em conflito com a convicção do gestor.
Empresas com sucesso interrompido não aproveitam os bons momentos da economia, pois o superávit de caixa não é destinado ao crescimento. E anda, nos momentos difíceis tem as dificuldades potencializadas.
Quais qualidades destacar em um processo como esse?
Sem dúvidas a capacidade de resistir.
A empresa se mostra como um barco com forte ancora, presa ao fundo.
A defasagem tecnologia e do modelo de gestão dificilmente permitirá a empresa um futuro promissor. Esta poderá competir, mas dificilmente será um concorrente de primeira linha.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.