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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 19 de Março de 2010
Fracasso, falência, não escolhem idade de empresa.
As estatísticas mostram que o desaparecimento de empresas nos primeiros anos de vida é alto, mas não mencionam que temos poucas empresas centenárias, o que mostra que a maioria não resiste à passagem da segunda para a terceira geração. Claro, quando sobrevivem à primeira!
Uma empresa recém-criada não resistir às exigências de mercado é mais fácil entender do que uma empresa que sobreviveu, muitas vezes, mais de cinqüenta anos.
Gestão é feita por pessoas, num mix de conhecimentos, ideais, crenças, interesses, num ambiente em notável mutação.
Um dos problemas visíveis em organizações consolidadas é o conflito de gerações.
A luta individual pela sobrevivência leva gestores a evitar e afastar ameaças, a formar alianças politicamente fortes e tecnicamente fracas, negligenciado situações de risco.
A negligência sempre fragilizará a companhia, quer a decisão não tenha sido tomada por medo de fracasso ou por conveniência momentânea.
Problema não visto é dor não sentida, afinal o que os olhos não vêem o coração não sente. Não é assim o velho ditado?
Não, em gestão as coisas são bem diferentes. O que os olhos não vêem o caixa sente! Às vezes a negligência acaba sendo confundida com a incompetência.
A falta de competência quando percebida pode ser evitada e os problemas corrigidos.
Competência está ligada a habilidades, portanto por ser melhorada com treinamento, informações, procedimentos, orientação.
O lado negro da questão é quando a incompetência se dá por ignorância.
A palavra ignorância o incomoda?
A mim também, não pelo seu uso inadequado e pejorativo, mas pela brutal fragilidade que a palavra expressa.
Ignorante é aquele que não sabe, não tem conhecimento.
Imagine uma pessoa que perde seu emprego, apanha toda indenização, saldo do FGTS, e aplica tudo num negócio com o qual não teve o menor contato antes. Suas chances de sucesso são substancialmente inferiores às de fracasso.
Por que o conhecimento é fundamental e ainda determinante na gestão moderna se a regra "quem tem a informação tem o poder" já não é uma verdade absoluta?
Velocidade na tomada de decisão é crucial, mas esta só pode acontecer com informação.
A distância entre o que se ensina nas faculdades e a realidade de mercado têm aumentado, felizmente temos na internet uma rica e maravilhosa fonte de informação.
Um aspecto que tem que ser melhorado, para que nossas empresas aumentem suas chances de sucesso, é a competência. Competência está relacionada ao uso e aplicação.
Ninguém aprende a nadar apenas lendo um livro sobre estilos. Para aprender a flutuar é necessário entrar na água.
Líderes, supervisores, gerentes, precisam encontrar as razões da incompetência para poder agir e mais, eliminar a negligência para suceder.
Em algum canto nas organizações elas estão presentes, em maior ou menos grau, identificá-las e estruturar um plano de ação para correção é papel do gestor.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.