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Grandes idéias gerando lucro a custo zero

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 13 de julho de 2010

Vou fazer uma pergunta que exige uma resposta muito simples: "Quantos funcionários você tem em sua empresa?".

Certamente eu poderia receber do mercado números como dois, cinquenta, quinhentos, mil, ou muito mais.

Quantas novas idéias cada um deles têm por dia e que poderiam ajudar no crescimento de sua organização?

Alguns poderão responder muitas, outros considerarão poucas, e certamente aparecerão aqueles que acreditam que nenhuma.

Qualquer que seja o número, mesmo que exista uma única idéia , você tem certeza que a está aproveitando?

Agora, a pergunta, cuja resposta deixa muita gente constrangida: "Quanta idéias velhas, conceitos já consolidados, lhe são apresentadas e são negligenciadas?".

Hum, sei que algumas pessoas ficam um pouco constrangidas e irritadas por esse tipo de pergunta, mas não dá para fugir da verdade.

Nossas empresas poderiam ser mais bem organizadas e gerar mais resultados usando recursos internos, sem grandes mágicas.

Vou dar alguns exemplos: Os programas de gestão empresarial, ERP como são conhecidos, não são baratos e sua implementação menos ainda, mas mesmo assim, em poucas empresas são usados adequadamente.

Um grande volume, com muito esforço chega a 50% de exploração dos recursos. Não poucas, usam alguns módulos financeiros, fiscal, contabilidade e administração de pedidos, não chegando com folga a 20% do potencial do sistema.

O controle de estoques, muitas vezes, se limita a precárias planilhas eletrônicas. PPCP, planejamento, programação e controle de produção são sonhos distantes, sistemicamente e praticamente falando. Isso torna o trabalho de logística uma confusão.

O sistema implantado nessas empresas tem a sigla: SQP. É um dos mais usados, apesar da propaganda praticamente inexistente.

Esse sistema segue a ordem natural dos acontecimentos e chama-se "Salve-se

Quem Puder". A sua implantação não custa caro, mas a sua manutenção sim.

O jogo de influências, as relações para manutenção de posições, são os primeiros módulos a serem implantados.

Todos perdem com isso, já que o fluxo de atividades acaba sendo prejudicado e no fim da linha o cliente mal atendido procurará melhores alternativas no mercado.

Não basta colocar caixas de sugestões por todos os cantos da empresa e achar que em uma semana encontraremos o caminho para Shambala.

Shambala, que em sânscrito significa "lugar de paz", é uma localidade mítica, habitada por uma comunidade de seres perfeitos e semi-perfeitos que em silêncio e segredo são os guias da evolução da humanidade.

Grandes idéias são os resultados de exercícios mentais e muitas vezes manifestações de desconforto com determinadas situações

Vamos a mais um exemplo: Conheço empresas que não tem um sistema para acompanhamento dos estoques, então contam as peças todos os dias.

Brincadeira, exagero? Não, são casos reais.

O sistema desenvolvido e implantado de forma precária é taylor made, antigo termo usado para sistemas feito sob medida. Este está e ficará por muito tempo inacabado. A idéia de contar os estoques todos os dias já foi incorporada, então para mudar esse conceito é necessário uma ruptura.

Peça tudo às essas pessoas, menos para pensar em algo mais prático para controlar os estoques. Quando questionadas por que não usam o módulo a resposta está pronta: "É rapidinho, em uma hora contamos tudo!".

Você deve estar pensado : " Como deve ser o sistema de planejamento e programação de produção dessas empresas? ". Hã, pior do que o controle de estoques!

Controle de caixa? Não, não faça essa pergunta.

Os boletos que chegam são pagos e a falta de dinheiro é coberta com cheque especial. É verdade, há alternativas com custos menores, mas assim é rapidinho também.

Começamos a falar de idéias a custo zero, mas não é melhor organizar a empresa antes, depois voltamos ao assunto?

Implantá-las depois, com tudo organizado, também será bem mais rápido!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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