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Empresas lucrativas - Um modelo de gestão

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 16 de julho de 2010

A pergunta que mais fazemos quando nos deparamos com uma empresa lucrativa é : Qual o segredo dessa empresa ?

Por que esse empreendimento tem sucesso, mesmo enfrentando forte concorrência ? Sabemos que é difícil encontrar uma empresa que seja uma ilha, que esteja sozinha no mercado .

O que faz com que os negócios andem bem, que coloquem seus produtos no mercado e, contas feitas, obtenham lucro?

Uma empresa não é lucrativa, porque produz bem, a baixos custos, ou porque tem uma boa equipe de vendas , ou porque tem boas relações com o banco A ou B , ou.......ou.........

A empresa lucrativa é lucrativa simplesmente porque substituiu o "ou " pelo "e". Produz bem a baixos custos e tem uma boa equipe de vendas e tem boas relações bancárias e tem uma equipe coesa e tem um foco e tem uma mensagem aceita por todos e tem uma missão e tem uma visão.

Ainda hoje encontramos empresas que querem ser lucrativas via redução de gastos , controlando copinhos de café e caneta , negligenciando um bom sistema de gestão de chão de fabrica , as técnicas de planejamento e controle de produção , a contabilidade de custos , as relações com o mercado , as técnicas de controladoria e gestão financeira.

Quanto mais consciente estiverem os colaboradores e gestores da empresa da necessidade de inter-relações das áreas maiores serão as chances de lucratividade desse empreendimento, pois as inter-relações e a sintonia destas despendem da divulgação da visão, motivo pelo qual foi criada a empresa, divulgação da missão, o que se espera de cada um para se atingir o futuro proposto, delegação, gerada pela adição de competências.

Visão e missão são fatores importantíssimos para se criar um empreendimento de sucesso, mas a delegação via adição de competências, motor gerador de resultados, é a palavra chave.

Adicionar competências deixa claro o entendimento de que "a maior parte das criações humanas é obra não de gênios isolados, mas de grupos e comunidades", como diz Domenico de Masi em seu livro Criatividade e grupos criativos.

De nada adianta ser mais um no mercado, a cada dia mais e mais empresas concorrentes surgem. A empresa precisa se organizar para com lucratividade poder se reinventar , caso contrário , tomando emprestado uma frase de

Antonio Caraco de seu livro Breviário del Caos , " nosso destino é continuar a nos multiplicar , unicamente para morrermos em grande número ".

Quem estuda o mercado já percebeu que de tempos em tempos crises afetam determinados segmentos e com isto muitas empresas não sobrevivem.

As empresas que resistirão serão exatamente as que evoluírem , se organizarem, tornarem-se lucrativas , que se reinventarem de modo que saírem fortalecidas , pois terão um espaço maior no mercado, deixados pelas empresas que desaparecerão.

Uma empresa não é centenária por acaso. Uma empresa centenária passou pelas mãos de três ou quatro gerações e de uma coisa pode-se ter absoluta certeza : A visão , a missão , foram divulgadas de tal modo que a adição de competências tornou-se um grande atributo .

Colocar a empresa nas mãos de um gestor ou de gestores é uma coisa, colocar em suas mãos a visão e a missão que estabeleceu e criou o empreendimento é uma questão de sabedoria. A sabedoria que permite acreditar nas pessoas, escolher os colaboradores , deixa-los trabalhar, evitar atrapalha-los, reconhecer que muitas pessoas desempenham tarefas melhor que nós , estabelecendo um modelo de gestão.

"A perpetuação de resultados positivos é conseqüência da "Delegação para adição de competências", que é um modelo de gestão, pois como diz Domenico de Masi:" grande parte das invenções humanas mais surpreendentes, do alfabeto ao Estado, dos veleiros às piadas, das festas ao arado, da tesoura à Magna carta, não possui um "alguém que as imaginou", pois elas são frutos de progressivos ajustes e colaborações coletivas, seja nas suas criações, nas suas realizações, nos seus aperfeiçoamentos, na sua difusão, assim como na sua aplicação.

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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