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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 27 de julho de 2010
Lembra daquela famosa frase quando nos defrontamos com um problema corriqueiro e em tom de desabafo dizemos: "Não, isto nunca aconteceu aqui?".
Talvez seja esta a sua expressão quando terminar de ler este artigo e refletir sobre alguma questão na sua empresa.
Quantas vezes você já não se deparou com situações onde deu suas sugestões ou companheiros de trabalho apontaram soluções óbvias e não foram acatadas pela pessoa que enfrenta uma dificuldade?
Parecendo tão lógica a saída apontada, tendo a concordância de pessoas razoáveis, por que quem mais necessita não aceita?
Quando se defrontar com alguém tem que excesso de confiança e mostra dificuldades para entender uma situação, avaliando com cuidado seu comportamento, perceberá que infelizmente esta pessoa se encontra num estado de incapacidade perceptiva.
Qualquer orientação não soara bem e suas atitudes não serão observadas como ajuda e sim intromissão. A tendência é que esta reaja de modo intransigente, considerando-o um intruso.
Isso independe de formação, função, cargo, pois poderá encontrar esse comportamento em seus chefes ou subordinados.
Você pode me perguntar: "Isso é um mal, então qual o remédio a ser aplicado?". É verdade, um mal, às vezes bastante sério, levando empresas à situações bem complicadas.
O único medicamento que faz efeito em quem que está sendo afetado por esse mal é uma dose maciça de realidade. Isso não é uma vacina, pois há pessoas que permanentemente vivem em estado de incapacidade perceptiva.
Já notou que há indivíduos com uma incrível de resistir a dor e só procuram um médico quando a sua saúde está bastante complicada? A busca por solução para problemas de gestão não é diferente.
Não tenho a menor dúvida de que se um profissional bater a porta de sua empresa oferecendo uma hora de orientação grátis, para lhes mostrar o caminho para resolver o problema que lhe for apontado, haverá enorme resistência em recebê-lo.
Esse investimento de tempo pode não conduzir a nada sobrenatural, mas pode abrir enormes horizontes, de qualquer forma a tendência será dizer não.
Isso me faz lembrar a cena de um filme onde o diretor de uma empresa cinematográfica, bem sucedido e convicto de suas decisões, se lamenta pelo fato de não ter observado com mais cuidado o roteiro do filme "E o vento levou".
Dizia, desanimado:" E eu ainda perguntei na ocasião, quem vai se interessar por um filme sobre a guerra civil americana?".
A incapacidade perceptiva está intimamente ligada às nossas convicções.
Convicção é uma palavra muito usada em nosso vocabulário. Para entender determinadas decisões e pontos de vista alheios é preciso entender o que quer dizer a palavra convicção .
Convicção é um sentimento de certeza com relação a algo.
Desta forma se quisermos dirigir nossas vidas devemos assumir um controle consciente de nossas convicções. Precisamos compreender primeiro o que realmente são e como se formam.
O domínio dessa questão vai nos permitir mostrar às pessoas porque pensamos e agimos de uma determinada maneira.
Isso sendo entendido pelos interlocutores, quando há lógica no processo e as pessoas conversam sobre idéias e não discutem por teimosias, chega-se a um consenso.
Nem todo confronto de idéias e pontos de vista divergentes é ruim, uma vez que imagens e opiniões aparentemente opostas, quando bem conduzidas , criam a tensão necessária para descobrirmos a verdade.
Um conflito de opiniões quando analisado dessa forma leva a novas descobertas, contudo é preciso saber administra-los, pois nessas situações usamos mais o instinto do que a arte de pensar.
Para negociar pontos de vistas divergentes é necessário tolerância e respeito humano de forma que o processo seja vantajoso para todos e a questão seja tratada num processo de ganha-ganha.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.