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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 02 de Dezembro de 2010
Nunca sabemos tudo, sempre há algo que desconhecemos. Percebo que minha ignorância aumenta com o aprendizado.
Quando me ouviu dizer essa frase, um amigo me olhou muito sério e disparou: - Bebeu? E, claro, tive que aguentar as provocações, pois me dizia, sem parar: - conhecimento deixa culto e não "curto".
Hoje eu rio, quando me telefona contente com novos aprendizados e diz: - Fiquei um pouco mais ignorante esta semana!
Qual a origem desse nosso conceito ou dessa maluquice, se preferir?
A ignorância, enquanto não percebida e reconhecida, não é ignorância.
Ignorar é não ter conhecimento, não saber. Ora, se não sei que não sei, como posso ser ignorante?
Conceito certo ou errado, contestado ou não, é brincando que tratamos essa questão. Não dizemos vou aprender, mas vou aumentar minha ignorância, pois quanto mais descobrimos, mais nos damos conta que menos sabemos.
Há poucos dias o encontrei e vi que íamos conversar bastante. Estava eufórico e me perguntava se estava com tempo.
Gosto de vê-lo assim, entre as boas coisas da vida, uma delas é curtir o sucesso dos amigos.
Saiba que os filhos dos amigos serão amigos de seus filhos e o ajudarão a educá-los. Ainda que você não perceba.
Vamos abrir um parêntesis, pois essa é uma questão importante.
A relação pais-filhos, sempre é complicada, mesmo que você deposite ali todo amor do mundo. Não é sempre que suas recomendações serão ouvidas e aceitas, naquele momento. Às vezes, é necessário um tempo para que sejam recebidas, ruminadas e absorvidas. Você, se me disser que nunca contestou seus pais, ou se reprimiu ou mentiu!
Rebeldia sempre fez parte do desenvolvimento do jovem, levar nossos conhecimentos e experiências a eles requer sabedoria.
Uma delas é que você deve ser amigo do melhor amigo dos seus filhos. Todo conselho que der a ele certamente chegará aos rebentos. Pronto, fecha parêntesis. Voltemos ao nosso assunto.
De onde vinha a empolgação?
Eu sabia que eles haviam passado por um período de muito trabalho reorganizando a empresa, e que depois sempre vem a ressaca. Algumas pessoas diriam bobagem! Agora você está tranquilo, pode tirar umas férias, sair mais cedo, mas não é assim que as coisas funcionam para algumas pessoas. A falta de um exercício intelectual um pouco mais dinâmico deixa a sensação de vazio. Isso passa, basta estruturar um novo projeto. Esse meu amigo é assim e eu o entendo.
Qual era a novidade? Um aprendiz. Havia contratado um jovem que, como dizia ele, estava na fase dos por quês?
Ora, uma pessoa perguntando o tempo todo irrita, diriam muitos. Depende, diria ele.
Quando a pergunta o leva a descobertas, principalmente em que as soluções implantadas são tidas como certas e definitivas é muito interessante. Afirmava, entre uma história e outra: - Esta pessoa está me levando a entender a arte de fazer perguntas.
Com isso estou descobrindo que perguntas certas são mais importantes que as respostas. Estas saem naturalmente. Isso não é novidade para mim, já li muito a respeito, mas ainda não tinha experimentado esse fato.
Adicionamos à nossa organização uma competência muito interessante que jamais tinha imaginado: Aprender com o aprendiz!
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.