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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 06 de Dezembro de 2010
Desenvolvimento requer recursos financeiros. Tecnologia, como informação ou equipamentos, não se obtém de forma graciosa.
Essa é uma barreira para empresas e países. Limitante, mas não impeditiva.
Há alguns aspectos complementares, bastante delicados, que podem comprometer o desenvolvimento e a evolução, como a falta de foco e a disposição para organização.
Pequenas empresas têm como fundamento a sustentação familiar. Não são criadas com o objetivo de exploração do potencial de conhecimento. Inversamente, o conhecimento é que permite explorar as possibilidades de geração de recursos para manutenção da família.
Seriam, então, tímidas na criação? Não em muitos sentidos, principalmente quando a massa de capital não é fator preponderante para criação.
A moda é um grande exemplo disso. Muitas marcas nascem em pequenas empresas e nas periferias das cidades por causa da maior proximidade de seus criadores com os acontecimentos. A arte, também, sempre será influenciada por manifestações sociais.
O desenvolvimento tecnológico sim, este se ausenta onde a carência de recursos financeiros é preponderante.
Os momentos de abundância no pequeno negócio não deixam de criar um dilema, afinal os lucros, embora possam ser significativos para certo volume de transações, são limitados para grandes saltos empresariais ou grandes satisfações pessoais.
Após um período de importante crescimento nas vendas e lucros satisfatórios, desenvolvemos um plano de trabalho para manutenção preventiva e corretiva nos equipamentos de uma fábrica. Afinal, estes paravam devido a quebras frequentes, e os defeitos dos produtos estavam se acentuando.
A qualidade questionável de algumas matérias-primas nos impedia de desenvolver uma série de produtos solicitados pelo mercado. Qualidade aceitável para aplicação em produtos básicos só era possível com os equipamentos em ritmo lento.
Perdiam-se vendas, e mais, produtividade e também com os defeitos.
O que poderia impedir a ação proposta? Simples, a escolha: Comprar peças para as máquinas ou a fazer a reforma do tão sonhado barco?
As negociações eram diárias e desgastantes. As justificativas para a escolha náutica eram que o mercado e os clientes estarão sempre ai, mas já haviam esperado demais para realizar aquele sonho.
Este é um pequeno exemplo, mostra apenas a ponta do iceberg.
Outra questão, entre muitas que aparecem, é investir na divulgação da marca da empresa ou trocar o carro?
O investimento na marca nem sempre gera grandes resultados. É verdade, não há garantias, mas se fosse fácil todo mundo teria uma. Porém, esse é o único caminho para se criar uma grife e ocupar um espaço na mente do consumidor.
Uma proposta de visibilidade pode demandar dez anos de investimentos e pode ser superada por um concorrente agressivo?
Sim, não faltam exemplos, mas assim é o mercado.
A imobilização do lucro é uma questão complexa, contudo é um requisito determinante para formação do potencial produtivo e conquista dos clientes.
Empresas, gestores, artistas, desportistas consagrados têm em comum a consistência e persistência. Suas biografias revelam conquistas invejáveis, mas também períodos de provação no início das suas carreiras, superadas com esforço e orientações. Não é sem razão que a fênix se mostra presente em logos, ícones, capas e cartões.
Como conduzir pequenas empresas ao sucesso, alavancando suas operações com recursos limitados?
Em primeiro lugar estabelecendo o foco.
Segundo, tornando-o ilimitada a disposição para explorar oportunidades, com aplicação de todo capital intelectual presente.
Terceiro, buscando parcerias como forma de adicionar competências, reduzindo a dependência financeira.
Quarto, mantendo reservas financeiras para períodos ruins e reinvestindo parte dos lucros;
Quinto, distribuindo lucros com parcimônia.
Esses são apenas alguns requisitos para que o empreendimento ganhe corpo e possa se desenvolver. Sem isso estaremos abandonando a vida no campo, saindo da agricultura familiar, migrando apenas para a indústria e comércio de subsistência.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.