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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 04 de Janeiro de 2011
A criação e a invenção são manifestações do desconforto.
Por que verde?
Porque era azul!
Baixo?
Sim, antes era alto!
Eletrônico?
Porque não? Não quero mais mecânico!
Curta desta vez?
Claro, chega de comprida!
Agora também com asas?
Sim, antes só tinha rodas!
Ufa, cansa...
Deus nos ouve. Todos os dias, a cada minuto, a cada segundo, milhares de pedidos. Desesperados, assustados, gananciosos, temerosos, culpados, arrependidos.
Só um pirulito.
Convence meu pai a me dar a bicicleta.
Faça com que ela olhe para mim.
Ah, se ele voltasse!
Uma casa, ainda que pequena.
Um carro zero, só desta vez.
E, assim, aos céus sobem as súplicas...
Ele, Soberano, atende uns e não outros.
E nós?
Confundimos sonhos com fé.
Sonho é acreditar que Deus nos dará aquilo que pedimos. Fé, que receberemos aquilo que merecemos.
Parece a gestão do mundo, não?
É verdade!
E Deus não cansa?
Não.
Nunca?
Sim, já cansou. Na criação!
No caos Criou, no sétimo dia Descansou.
Por que é necessário o caos para a criação?
A criação tem como aliada a contestação. Ao aceitar a ordem instalada, estabelecemos a acomodação.
A força das águas, em constante movimento, rompendo barreiras, movimentando as turbinas, que impedem sua passagem, é que gera a energia.
Agindo assim, faremos do caos a criação e da criação o caos. Onde está a lógica?
No equilíbrio.
O caos é uma manifestação em busca de ordem. Como as turbulentas águas de um rio em busca de um ponto para descanso, enquanto no caminho mata a sede e sustenta a geração de vidas.
O caos é a força que dá ao homem o poder da criação e da obsolescência. Que cria modos e modas. Estabelece condutas e formas de vida.
Carros puxados por boi?
Sim, cavalos não tenho.
Interessante, não tinha pensado nisso!
Minha criação.
E como era antes?
Um caos.
E agora?
Tudo em ordem.
Essa é a dinâmica da vida que leva a questionamentos e experimentações, que provocam sucessos e decepções.
Fracassos para os desistentes, oportunidades para os persistentes, apatia para os negligentes e desconforto para os resistentes.
E os negócios?
Um caos com seus sinônimos. O interesse na coisa leva à transação do trem ou do troço cujo tráfico cria o mercado e o torna um negócio.
Criação e execução demandam talentos e situações. Encontrar pessoas e colocá-las em ambientes favoráveis é o nosso papel como gestores e patrocinadores dos avanços nas organizações.
O patrocínio da criação é a capacidade de reunir potencial humano e capital intelectual, despojado de orgulho e individualismo, para questionamento das verdades e certezas.
O início do processo, para o homem comum, é a proposta do absurdo.
Ir á lua? Como? Tá louco?
Um dia o homem foi e ouvimos maravilhados quando Neil Armstrong, deixando o módulo lunar da Apolo 11, tocando com o pé o solo do prateado astro disse: ?Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade?.
Assim, o caos do desenvolvimento do projeto Apolo encontrava a ordem ao pousar o modulo lunar, Eagle, no Mar da Tranquilidade. Uma região lunar, de lava basáltica solidificada, localizada na face visível da Lua.
Quando queremos inovadores somos, favorecendo e incentivando o caos para a criação, estabelecendo a ordem para a execução.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.