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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 06 de Janeiro de 2011
O rumo que segue a sua empresa segue você também.
Quer comprar uma casa, trocar o carro, fazer a viagem dos sonhos? O atendimento a esses desejos só deve ser feito com o lucro gerado pelo empreendimento.
Você não é acionista e a parte que lhe cabe na divisão dos lucros é mínima? Se a sua participação na geração deste for significativa, poderá receber o que lhe cabe, ou que você estabelece, a título de salários.
Ainda assim não está acontecendo? É hora de repensar como está conduzindo não apenas a sua carreira, mas a construção de seu futuro.
Vamos encontrar muitos casos onde a frase "pessoa rica, empresa pobre" parece verdadeira. Esteja certo que não é.
São situações onde as reservas de lucros ou recursos financeiros foram dirigidos para atendimento de interesses pessoais, exaurindo a capacidade de evolução dos negócios. Empresas e empresários assim estão fadados ao fracasso.
Chegará o tempo que os ativos fixos e o capital intelectual estarão obsoletos e ultrapassados.
Poucos, nessa situação, são capazes de vender os bens pessoais e injetar novamente o dinheiro na empresa.
Quando o fazem é porque os sinais de fracasso são evidentes, e o comprometimento bancário tão alto que o crédito já não lhes é mais oferecido.
Não faltam empresas tomando dinheiro emprestado de agiotas, sustentando fantasias existenciais de pessoas incautas.
Essa é uma questão muito séria e não pode ser tratada apenas com foco em gestão empresarial. É preciso rever e tratar conceitos pessoais.
Mas, e quando encontramos pessoas focadas, trabalhadoras, determinadas, e os resultados não aparecem?
Há uma frase que parece um tanto cruel e que merece atenção: "Na vida, fazendo tudo direito, você tem cinquenta por cento de chance de sucesso".
O que quer que você faça, perceba que terá que usar sua vocação, seu talento, sua determinação e ainda adicionar competência.
Como equacionar esse problema?
Será que tem solução?
A reflexão nos leva a entender que ninguém que queira ter sucesso poderá consegui-lo sozinho!
As redes sociais nos permitem o desenvolvimento de um networking substancial para obtenção de conhecimentos, e os novos conceitos empresariais conduzem à criação da coopetição. Isso significa ir além da competição. Cooperar, mesmo competindo!
O homem primitivo se reunia para caçar por uma razão muito simples: Ele e sua família não comeriam um mamute sem que parte se perdesse. E, sozinho, jamais teria sucesso na caçada. Poderiam sim, virar a caça.
Algumas danças tinham como objetivo preparar a empreitada, onde cada integrante saberia exatamente o que fazer.
Quando a caça é farta, os erros são tolerados. Desde que o saldo seja positivo e não prejudique a sociedade.
Por que razão pessoas instruídas não observam as lógicas vantagens da associação e cooperação?
Não faltam orientações a esse respeito, não é verdade?
O homem, embora seja um ser social, busca autosuficiência para exercício e exaltação do poder.
Em determinado momento de minha vida, estava negociando uma parceria com uma empresa que venderia nossos treinamentos. Avançamos bastante no processo; quando chegamos à preparação do material de divulgação, nos deparamos com uma barreira que fiz questão de não transpor e preferi não continuar.
O pretendente à parceria nos dizia: - No processo de divulgação apenas minha empresa será "exaltada". Você poderá apresentar seu curriculum e sua organização ao iniciar o curso, mas quero que, mesmo nas projeções, apenas meu ícone apareça.
Tomando emprestada a palavra que ele usou, para não me "exaltar", preferi lhe dizer: - Ora, vá caçar mamute! E que seja sozinho.
Um plano de negócios precisa de participação e cooperação dos envolvidos. Aqui cabe bem a palavra "entrega".
As pessoas precisam se "entregar" ao que estão fazendo.
Um plano de negócios precisa estabelecer o que, quando, como, por quem, para quem, para que, onde, quanto, e todas as questões que forem possíveis serem formuladas.
Perguntas respondidas estabelecem parâmetros para ação.
Com boas intenções os caçadores primitivos corriam atrás de um mamute e arremessavam lanças, sob o risco de serem atacados pelos demais. Isso, quando não o largavam e iam atrás da primeira presa que se mostrasse mais fácil, e acabavam de mãos vazias.
Com um plano de negócios, com tochas acesas, provocavam o estouro da manada, em direção a um abismo, derrubando vários, obtendo melhores resultados, reduzindo os riscos de serem atropelados.
A incompetência estratégica quando não dispersa esforços provoca a imobilidade operacional.
Nos momentos em que todas as técnicas de gestão não permitem que conduzamos nossas empresas ao desenvolvimento de um plano de negócios com sucesso, um bom caminho é dar uma olhada para trás, no tempo, e ver como nossos antepassados lidavam com os mamutes!
Afinal, um plano de negócios é muito mais do que um pacote de boas intenções.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.