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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 08 de Janeiro de 2011
O conceito da obsolescência na era da mecânica tinha maior contundência nos vestuários, onde a moda encontrava expressão e renovação no marketing da obsolescência.
Avanços tecnológicos levavam vinte anos ou mais para saírem dos laboratórios e alcançarem as ruas. Hoje, apenas meses. Na era da eletrônica e robótica as mudanças são extremamente rápidas e significativas.
Não temos mais uma grande moda em vestuários, observamos ao mesmo tempo todas as modas aceitas. Tribos se formam e atraem fãs.
A onda se estendeu a todos os produtos, pela quantidade de opções e adeptos que encontra.
O marketing da obsolescência ocorre não apenas como incentivo às compras, mas também pela evolução tecnológica que moderniza, simplifica e reduz custos.
Não são mais os tamanhos das telas e alguns poucos recursos que atraem compradores de televisores, mas sua total redefinição.
Telefones móveis deixaram ser objetos de conforto e se tornaram equipamentos de trabalho. Quem hoje, em atividade, seria capaz de jurar que jamais terá um.
Não precisamos carregar computadores em malas e mochilas, os Pen Drives já nos permitem transportar apenas arquivos e oferecem facilidades de manuseio.
O automóvel virou carro e estaciona sozinho.
Não é necessário interromper meu trabalho para me comunicar com outra pessoa, onde quer que esteja. Há recursos para que fiquemos conectados com nossos computadores o tempo todo, digitando ou usando os recursos de voz e imagem. Que economia de tempo e redução de gastos!
Costuma dizer uma pessoa, de nosso convívio, já com idade avançada: - As pessoas já não escrevem cartas com a frequência de antigamente.
Na realidade escrevemos muito mais. Basta ver as redes sociais.
Os avanços são tão significativos que somos capazes de revolucionar: trancados em um quarto tornarmos a solidão obsoleta. Criativos, levamos a alegria e o bom humor às redes sociais. Rabugentos, lá nos desentendemos.
Por que uma pessoa ingressa em uma rede social, aceita convites para trocar informações, criar amizades e mostra enormes rabugices nos contatos?
Esse estado de ânimo é sua válvula de escape, então aproveita a tecnologia para exercitar o comportamento. O mundo novo provocará a obsolescência do divã e levará nossos analistas e conselheiros espirituais às redes?
Em algumas áreas a velocidade das mudanças é tão significativa que em um debate sobre a obsolescência uma observação mereceu destaque: - Não sei se sei o que sei.
Não levamos décadas discutindo se a terra é redonda. Quando uma questão é levantada, em algum lugar o fato rapidamente será confirmado ou contestado.
Na área médica, todos os dias, ouvimos novidades. Confirmando teses às quais ainda nem tivemos tempo de nos acostumar e também refutando-as.
E nas nossas empresas, como a obsolescência afeta o pensamento gerencial?
As redes sociais aproximam internamente nossos gestores ou os afastam cada vez mais?
Estaremos integrados nas redes, explorando sua potencialidade, ou nos fragilizaremos até que estas nos tornem obsoletos?
Orientações e manuais completos de muitos produtos não estão mais nas caixas e devem ser obtidos diretamente nos sites dos fornecedores. Sem essa habilidade seus conhecimentos já se tornaram obsoletos.
Você prefere ficar pendurado em telefone para comprar uma passagem área, reservar um hotel, ou fazê-la por e-mail ou no próprio site?
Fazer mala direta para cotação com empresas com as quais você ainda não tem relacionamento é spam?
Enviar seu currículum para empresas nas quais tem interesse em trabalhar é spam?
Mandar um e-mail com um invento que gostaria de apresentar aos gestores e que revolucionaria a organização é spam?
Estaria o spam a caminho da obsolescência?
Há alguns anos o escritório do futuro se apresentava como home office. Nos escritórios e fabricas das organizações ficariam as pessoas estritamente necessárias, as demais executariam todas as tarefas em seus lares.
O conceito se tornou obsoleto, o homem não!
A informática tem como força a capacidade de agilizar e eliminar tarefas, aspecto que o homem continuar a desafiar, pois passa, hoje, mais horas conectado que no passado.
O grande desafio dos gestores é tornar suas empresas e produtos obsoletos, antes alguém o faça. E eles?
Interessante é que esta é uma válida e velha idéia para um mundo novo e obsoleto.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.