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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 24 de Janeiro de 2011
Uma questão complexa nas empresas é a descoberta e aplicação do capital intelectual.
Atarefados, despreparados, pouco atenciosos, desinteressados, não importa o motivo, sempre deixamos de observar competências que poderiam ser desenvolvidas e aplicadas. Isso acontece em todos os níveis da empresa. Com nosso próprio potencial intelectual e de nossos comandados e liderados.
Quer descobrir essa riqueza e aplicá-la devidamente?
Faça o seguinte teste: Todos que terminarem a tarefa do dia estão dispensados para ir para a casa. Verá com que rapidez, criatividade e competência as coisas serão realizadas.
Vá monitorando o desempenho e atribuindo novas funções e trabalhos de acordo com as competências observadas.
É verdade que a pressa fará com que alguns cometam erros que deixarão claros não só os problemas de falta de habilidade e conhecimentos, como também a negligencia.
Outra descoberta, nesse modelo, será o comprometimento. Da mesma forma como há um prêmio deve haver uma sanção.
Um aspecto que ficará evidente é a forma como usamos nossas "oito horas" diárias.
Nosso tempo precisa ser bem aplicado para reduzir custos da empresa e para nossa progressão profissional. Ocorre que muitos não se dão conta disso.
Há uma série de desperdícios que são gerados pela morosidade e falta de qualificação profissional.
Maior lotação no local de trabalho significa maior demanda por energia, água, alimentação, combustíveis, papelaria, telefonemas, limpeza, e assim vai.
Não acredita nisso? Coloque mais uma pessoa dentro da sua casa.
Traga a sogra para morar com você. Epa, não vale morar com a sogra, nesse caso você é o gasto extra!
Um dos grandes exemplos encontrei quando um executivo japonês nos dizia: - Ainda que produzíssemos o mesmo que os ocidentais gastaríamos menos aço. Sabem por quê? Não temos excedente para desperdiçar.
Levando em conta esse raciocínio, se considerarmos que não podemos desperdiçar competências na empresa, faremos a maior investigação possível sobre as potencialidades.
Isso vai nos levar a um sério tratamento da avaliação de desempenho, não para premiação ou cobranças, mas para "escavar essa mina em busca de ouro".
O mundo, hoje, fala em sustentabilidade com toda razão. A questão é muito séria, mas deixa de tratar o seu aspecto fundamental: o desperdício de competências.
Lembra a velha fábula do tubo de pasta de dente?
Cada um conta à sua maneira, vamos a uma versão antiga, do tempo que elevador tinha manivela:
Dois executivos, preocupados em aumentar o consumo de pasta de dentes, para gerar maior faturamento, conversavam dentro do elevador, imaginando mil propagandas. O ascensorista, atento à conversa, não perdeu a oportunidade e perguntou: - Por que vocês não aumentam a boca do tubo?
Ora, por que não fazer isso com nosso tubo de "pasta de competências". Aumentamos a boca do tubo e o apertamos do fundo para a boca, espremendo de forma a retirar tudo o que for possível?
Há um segredo ainda. Ao encher o tubo é importante a qualidade do "produto" que será colocado. Ao espremê-lo você obterá apenas o que lá colocou. Sacou?
Nesse sentido, a fábula do lenhador serve como exemplo:
Intrigado, um lenhador perguntou a outro: - Como você consegue derrubar mais árvores do que muitos de nós se o vemos sempre sentado, enquanto damos um duro danado para cobrir nossa cota?
Respondeu este: - Ao me verem sentado, vocês pensam que estou descansando, mas se prestarem atenção verão que estou sempre afiando o machado.
Um machado afiado é muito mais eficaz que a força empregada.
Sustentável vem do latim sustentare que significa sustentar, conservar, cuidar, favorecer, apoiar.
Sustentabilidade, como princípio moderno, tem a ver com ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo, culturalmente aceito, então como desperdiçamos competências e não utilizamos todo nosso potencial e capital intelectual?
Não tem nenhum sentido ou lógica, devastar e derrubar montanhas de recursos naturais para gerar outras de puro lixo, porque não fomos capazes eliminar ou reduzir o desperdício de competências.
Como você está desenvolvendo seu potencial intelectual e usando suas competências?
Pense nisso!
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.