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Qual é o capital intelectual de sua empresa?

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 24 de Janeiro de 2011

Durante anos ouvimos e usamos a frase: Quem tem a informação tem o poder.

À medida que eu crescia, estudava e aprendia, sentia que a questão não era tão simples, pois conhecimento disseminado é segredo revelado, portanto a exclusividade da posse é perene.

Fiz estágio, como técnico mecânico, em uma metalúrgica e minha incumbência era o desenvolvimento do custo padrão da aciaria. Tinha grande experiência contábil, então poderia fazer uso das duas áreas de conhecimento.

A primeira tarefa que recebemos foi a preparação das fichas técnicas de cada produto. Peso, composição química de cada corrida de aço, materiais complementares, etc. Pronto, lá estava uma barreira. Boa parte dos conhecimentos estava guardada nas cabeças dos técnicos químicos que se recusavam a compartilhá-los. Tinham medo de perder o poder que possuíam. Na época a frase era usada como a última descoberta da ciência!

Barreira para ser superada demanda engenhosidade. Uma pesquisa dentro e fora da empresa nos permitiu, em menos de trinta dias, ter não só as fichas prontas, como um volume de informações que jamais imaginávamos reunir.

Em pouco tempo não só não pedíamos informações como questionávamos os procedimentos para desespero e ira dos discípulos do "mago Merlin", que em seus caldeirões derretiam sucatas e fabricavam aços com problemas de qualidade, encobertos durante anos.

Um novo trabalho foi gerado como conseqüência dos confrontos: Uma análise mais rigorosa nas partidas de aço, com um volume maior de amostras.

Um dia começaram a falar de uma tal de internet, que só era usada no pentágono...

Hoje, uma realidade que veio para mostrar, definitivamente, que o poder não está nas mãos de quem tem a informação, mas de quem a usa com rapidez e tem capacidade de torná-la obsoleta.

Você pode me perguntar como faço isso na minha empresa?

Simples, com capital intelectual.

Dinheiro? Também, mas com adição de competência e habilidade de aplicação.

Capital intelectual é a soma dos conhecimentos e habilidades de aplicação que você permite que sejam usados. Para que contratar uma pessoa laureada com o premio Nobel se vai lhe dizer: - Faça o que eu mando, você não está aqui para pensar!

Este pode ser herdado ou atraído, mas tem que ser usado no período de validade.

Conhecimento tem validade? Para geração de resultados sem a menor dúvida.

Se não acredita, pense o seguinte: O que você faria se seu conhecimento, ainda que profundo, estivesse alicerçado em disquetes para computador, máquinas de escrever, telex ou carburador para automóveis?

Trabalhei com uma pessoa que detestava computador e tinha saudades das folhas de treze colunas usadas no passado para fazer os orçamentos. Adorava as somas cruzadas. Não é necessário dizer o tempo que economizávamos com a nova tecnologia, certo?

De modo geral conceituamos a saída de um funcionário como perda do profissional, sem que tratemos da perda do conhecimento.

As entrevistas de emprego, normalmente, têm como objetivo o preenchimento da vaga para atender as necessidades básicas, sem que análises de potencial e conhecimentos adicionais sejam efetuadas.

Trabalhos em grupo, reunindo pessoas de diferentes áreas e com experiências diversas, costumam revelar não só fraquezas de gestão, mas o enorme capital intelectual negligenciado.

O que você sabe dos seus pares?

Como você avalia o conhecimento de seus colaboradores e o seu desconhecimento das áreas que estes dominam?

Como desenvolve as entrevista de contratação e de demissão para observar os ganhos ou prejuízos que está tendo?

Às vezes ouço uma frase que não gosto muito: Ninguém é insubstituível!

Sempre que pude observá-la como verdadeira havia uma situação: o mínimo era feito, mas era o máximo que um profissional sem qualificação poderia alcançar.

Capital intelectual não se substitui, se adiciona, se complementa.

Deixe-me fazer-lhe uma pergunta: -Qual é o capital intelectual de sua empresa?

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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