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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 31 de Janeiro de 2011
Após algumas décadas de trabalho com muito sucesso e tendo poupado o suficiente para uma aposentadoria confortável o sócio de um empreendimento nos dizia: - Continuo com o negócio por insistência de meu sócio, por mim já teria parado.
Conversando, seguia nos mostra que por não ter se atualizado e investido na modernização a empresa perdera 50% do faturamento.
Ao tratarmos do futuro, vi que este não o motivava.
A empresa durante esses anos não se valera de uma equipe de vendas, os contatos com os clientes por iniciativa de seus gestores foram mínimos. Viviam em uma confortável situação de serviços comprados. Sempre administrando a empresa de costas para o mercado.
Qual fora a razão do contato conosco?
Receberam a visita de um fabricante de máquinas que lhes mostrara as vantagens de um equipamento da nova geração. Essa nova tecnologia e a possibilidade de agilizar operações os instigaram, mas havia um problema: onde encontrar clientes?
Foi perguntando quem poderia lhes orientar que chegaram a nós.
Ora, então havia um projeto? Não, uma sondagem, mas que conflitava com a pouca vontade de alçar novos vôos.
Algumas contas feitas mostraram que o pay back era baixíssimo. O equipamento financiado com 12 meses de carência seria pago nesse período. O trabalho efetivo era desenvolvimento comercial, não apenas como ação operacional, mas como estrutura de gestão.
Horas de debate e a questão voltava para o pouco interesse no futuro.
Mudamos a pergunta: - Qual o destino desta empresa? Silêncio!
Os novos gestores irão assumi-la, a empresa será vendida ou fechada? O empreendimento precisa de um destino.
Optando-se pelo fechamento que seja algo planejado para que o passivo não leve embora as reservas obtidas.
Não sendo esse o caminho e a gestão sendo entregue aos herdeiros, então que seja uma empresa sadia e moderna.
Escolhendo a venda, é melhor que a empresa esteja valorizada por seus ativos e, principalmente, por seu potencial de exploração de mercado.
Facilmente observa-se que não importa o destino, todos demandam visão de futuro.
Qual a importância para a organização de se investir nesse equipamento que analisavam?
Infinitamente menor que o desenvolvimento do mercado para aumento do faturamento, geração de lucro e valorização da empresa.
Ninguém compraria a empresa pelo maquinário, pagando um preço diferenciado, isso está muito claro, mas o fariam para ter uma boa fatia de mercado.
O que trouxe a empresa até este momento com uma gestão rentável não foi o fato de terem um projeto, mas desta ser um projeto.
O que está fazendo com que percam faturamento e rentabilidade é o abandono deste ideal, portanto não será a compra de um novo equipamento - um novo projeto- que trará de volta os bons tempos.
A empresa está carente de uma nova visão, um novo conceito de gestão. Um modelo de fora para dentro, que permita observar as oportunidades de mercado e explorá-las, aprender sobre novos produtos e desenvolver-los, entender as novas relações e consolidá-las.
Que destino terá a organização?
Ainda não sabemos, neste momento paira a sombra da deterioração!
Esperamos que não siga o caminho de tantas outras em que os sonhos se foram e vieram os conflitos.
Você como gestor precisa estar atento para o fato de que o futuro de sua organização não pode estar atrelado a um projeto, mas no fato de ser um projeto
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.