você está aqui: Home → Colunistas → Construindo o Futuro
De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.
Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 01 de Fevereiro de 2011
Lembra daquela reunião na empresa, no condomínio, do grupo na escola, ou daquele seminário que você participou e saiu motivado prometendo que no dia seguinte faria uma revolução com as informações obtidas?
Talvez se lembre não só de uma situação, mas de várias, onde a vontade de transformar o mundo ficou do lado de fora do portão de casa, ou se foi com o banho quente antes de dormir, quem sabe não foi levado pelos sonhos da noite, como também pode ter-se dissipado no caminho do trabalho, não?
Refletindo, você começa a se perguntar o que ouve com aquela vontade toda de fazer algo grande, porque conceitos que lhe despertaram de interesses horas depois parecem não significar nada?
Tudo naquele momento parecia tão claro, agora parece que restou muito pouco!
Coletar informações é diferente de aprender. Ler tudo que há sobre os carros de fórmula 1 e as formas de pilotá-lo não o habilitam a conduzi-lo.
A aprendizagem de fato demanda o comprometimento com a superação, com a mudança de estado, com a mudança de espírito.
Há alguns anos trabalhei com um dirigente que não tinha a menor vocação e, como dizemos popularmente, gosto pela informática. Era muito difícil convence-lo que os microcomputadores fariam o trabalho pesado e com isso teria mais tempo para se dedicar a análises reflexões em seus projetos.
Seguindo a tendência, na época, um laptop lhe foi dedicado e as mudanças começaram a acontecer. Ganhamos um fervoroso adepto da informática, que agora sim nos dava um enorme trabalho, querendo aprender que fosse possível sobre planilhas eletrônicas.
Nada mais de falar em formulários de 13 colunas, tão venerado para elaboração dos quadros orçamentários e somas cruzadas para ter certeza que não haviam erros aritméticos.
Sempre me perguntei que nome poderíamos dar a essa mudança na forma de ver as coisas? Metanóia. Sim, Metanóia.
Ops, calma , não se assuste , isso não tem a ver com paranóia , não está associado a usuários de droga , nóias , como hoje são chamados, nem tem a ver com paranóia com metas .
A palavra metanóia quer dizer mudança de mentalidade. Para os gregos tem um significado especial como ir além, passar além de , ultrapassar, exceder , elevar-se acima de , transcender. Meta, como acima ou além e nóia, vem de nous, mente.
Podemos considerar metanóia também como transformação do pensamento, mudança de mentalidade, aspectos fundamentais para que as informações coletadas se transformem em aprendizado e, consequentemente, aplicação prática.
Vamos encontrar na tradição católica essa palavra com o significado conversão espiritual, penitência, arrependimento, não é nosso foco aqui, mas qualquer que seja seu interesse vale a pena estuda-la e refletir sobre sua profundidade.
O aprendizado pode levá-lo a dois caminhos, adaptar-se ao mundo em que vive ou provocar transformações neste.
Qualquer que seja o caminho tomado há a necessidade de uma mudança de mentalidade, para entendimento e aceitação dos fatos ou contestação e ação para transformação.
Há um famoso ditado que diz que a mente que aprende se expande e nunca mais volta ao tamanho original.
Isso vale para uma pessoa, um grupo, uma empresa.
Você já notou que em algumas empresas a saída de duas ou três pessoas leva à uma grande desorganização de um processo estabelecido e fundamentado? O grupo que continua trabalhando não consegue manter o mesmo ritmo, sintonia, organização?
O que garantia a qualidade do trabalho não eram os manuais e procedimentos escritos, conversados, debatidos, mas a mentalidade, a forma como as tarefas eram supervisionadas e os desvios corrigidos.
O grupo continua com as informações, mas não tem a mesma capacidade gerativa das pessoas que deixaram a empresa.
Quando os seus projetos não estiverem atingindo os objetivos reflita um pouco e verifique se as pessoas realmente entenderam todo o processo e se não é necessário incentivar e provocar uma mudança de mentalidade para captação das questões e metas colocadas.
Lembre-se, fazer todos os dias a mesma coisa e esperar resultados diferentes é sinal de loucura, nesse aspecto o entendimento da metanóia pode ajudá-lo a impulsionar seus resultados .
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.