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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 23 de Maio de 2011
Você fez tudo o que sabia, podia e lhe aconselharam, mas não deu certo.
Qual é sua reação, procurar motivos, não é?
Queremos de todas as formas encontrar "o motivo do fracasso".
Era o emprego dos sonhos, mas durou pouco. Poderia ser uma história de vida com alguém que você considerava especial.
A faculdade que gostaria de cursar, até passou no vestibular, mas...
O emprego era em uma empresa familiar que foi vendida por causa de conflitos societários e os novos gestores resolveram enxugar a estrutura.
A história de vida que tinha tudo para terminar em casamento não se concretizou porque a convivência se mostrou difícil.
A faculdade dependia do apoio da empresa, porém os resultados não permitiram sua continuidade. A falência da empresa levou seus sonhos com ela.
Estes são alguns exemplos, dos muitos que poderiam ser listados.
Pessoas arrojados poderão nos dar mil dicas que poderiam dar a estes fatos destinos mais interessantes, mas na vida, quantas vezes a teoria na prática é outra.
Imagine-se decidindo o campeonato mundial de futebol. Você vai bater o último pênalti. As cobranças estão empatadas.
O país inteiro tem certeza que seremos campeões, afinal você jamais errou uma cobrança na vida e é o maior astro do nosso esporte.
Seguro, concentrado, afinal treina constantemente, parte para a bola. O silencio é aterrador. Sua concentração não permite notar absolutamente nada, a não ser o que vai fazer.
Em segundos o goleiro está estatelado em um dos cantos e em câmera lenta todos vêem a bola fazer uma curva e não entrar no gol!
Um milhão e cinqüenta e sete mil perguntas explodem em sua mente: o que aconteceu? Bateu errado? Chutou muito forte? Deveria ter chutado rasteiro? Deveria ter chutado no outro canto? Deveria ter chutado mais fraco? Escorregou? A chuteira era nova? Respirou errado? Não respirou? Tinha um defeito na bola? O vento "soprou diferente"? E assim seguem as perguntas em busca de uma resposta.
Um século depois muitos ainda estarão em busca dos motivos que o levaram a errar o pênalti.
Cientistas, analistas esportivos, curiosos, humoristas, todos terão suas teses, mas e o motivo?
Quantas vezes já não lhe perguntaram: - O que houve? O que estava sentindo naquele momento? Sentia-se bem para a cobrança? Não deveria ter pedido para outra pessoa bater o pênalti?
Famoso, agora ainda mais, já deixara de ir a muitos programas, pois sabia que as perguntas seriam as mesmas!
Pensando bem acho que tenho uma pergunta sobre isso: - O que é que aconteceu de fato para que a bola não entrasse?
Posso imaginar a resposta que receberei, mas vou ajudá-lo "nessa".
Às vezes as coisas simplesmente não dão certo.
Às vezes há um motivo, às vezes milhares.
Uma das melhores propostas de emprego que recebi na vida aconteceu quando eu terminava o colégio técnico. Passei em uma seleção na qual se envolveram milhares de jovens, mas existia um ponto com o qual eu não concordava: Não havia garantias que eu poderia cursar uma universidade no ano seguinte.
Seria enviado para um ponto no país, e esse local, na época, não me proporcionava esse acesso.
Quando recusei, meus amigos enlouqueceram, mas uma pessoa que sempre considerei sábia simplificou o processo.
Pediu que me sentasse a seu lado e disse: - Você é jovem e vai ficar imaginando mil situações que poderiam de alguma forma beneficiá-lo. O fato é que essas, dentro desse contexto, não existem.
Na vida, às vezes, algumas coisas simplesmente não dão certo.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.