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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 21 de Junho de 2011
Na nossa bandeira, as brancas estrelas vermelhas estão, banhadas com o sangue dos nossos irmãos.
Há no mundo mais pessoas boas do que más?
Felizmente sim, mas também há mais omissos do que malfeitores.
Temos mais medo do pecado da pena de morte do que pena do pecado da morte.
Condenados, já estamos. A única dúvida é quem será a próxima vítima.
Nas filas, para visitar reclusos delinquentes, passam mais horas pais que jamais passariam acompanhando-os e ajudando-os nos deveres de casa, ouvindo suas inseguranças e necessidades.
Muitas vezes perguntei a algumas pessoas por que não faziam as lições com os filhos. Uma resposta era muito comum: - Não gosto!
A matemática não vê o que a aritmética não sabe. Seguimos na ignorância quando a busca do conhecimento e ensinamentos incomoda.
E assim, temos alienados filhos distantes.
O que provocou esse distanciamento?
Crianças podem ser filhos do amor ou do acaso. Acaso as gerou, por acaso não as tirou, atirou!
O homem sem limites, não impõe limites.
Quantas noites não levei, depois das festas, com meus filhos, seus amigos adolescentes para casa, pois os pais não se importavam em buscá-los.
Quantas vezes não aguardei nas calçadas para que os sonolentos pais ou mães, depois de um tempo, com má vontade, abrissem as portas para que os filhos entrassem.
Diziam os adolescentes: - Pode ir tio!
Jamais! O tio espera.
Jamais deixaria o fio da vida sob o risco de ver a vida por um fio.
Uns não cuidam porque não querem, outros porque não podem e muitos porque não gostam!
Filhos, abandonados, crescem!
Jamais dotados, adotados. Pelo crime, pela mão da maldade.
O filho do descuido, do descaso, em seu carro último tipo, das mãos do filho do acaso, recebe as drogas que um dia irão matá-lo. Quem sabe alguns mais, enquanto o fornecedor do infortúnio tem os dias contados, em qualquer beco escuro, a qualquer hora. Uma bala, uma picada, a morte.
Não precisamos de cartas, búzios, nem as linhas das mãos para prevê-la. Está na cara, nas marcas da desilusão.
Morto? Quem se importa?
Importa! Importa a arma, a droga, o vício!
A dor, a reza tira: - Senhor, perdoai-os, eles não sabem o que fazem! Quando, abandonados, fazem o que sabem. E, no pecado da omissão ficamos.
E, nos sentimos perdoados. Assim, pecadores seguimos.
— Senhor, perdão, pequei! Penitência!
— Senhor, perdão, errei, mas prometo correção. Penitência!
— Senhor, perdão... Impertinência!
Quantas vezes mais pedirás perdão? Sete vezes sete não lhe bastam? Será setenta vezes sete?
Insolente, por tua omissão tens o sangue nas mãos. Teu filho matou...
— Meu filho? Nunca, é um bom menino.
— Senhor, o perdão. Irei corrigi-lo.
Impossível, não vive mais!
Partiu como chegou: um incômodo em vida, um transtorno na morte.
— Piedade Senhor, Sua misericórdia, um pouco de paz...
Que homem é esse que mente, engana e roga?
Que homem é esse que aos Santos pede e nada dá em troca?
Que homem é esse que clama por paz, mas na alma carrega o crime da omissão.
Que homem é esse que nas horas da dor pergunta onde estava Deus e nunca se importou onde estava o homem?
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.