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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 01 de Julho de 2011
Estranha a frase?
Talvez para alguns!
Outra vez a descoberta da pólvora?
Não, apenas usando o raciocínio de Colombo quando colocou o ovo em pé. Pura lógica.
Gostaríamos de exportar muito mais, não gostaríamos?
Exemplos que poderiam ser seguidos não nos faltam, mas nos falta cultura nesse departamento, por isso capitalizamos tão pouco. Estamos de acordo nesse ponto?
Quando, na década de 90, iniciamos os ensaios de exportação em uma empresa "apanhamos" muito, pois esta não era conhecida, nem seus produtos, e a marca não tinha qualquer expressão. Para complicar o processo, conhecíamos muito pouco os clientes e os distribuidores no exterior, o que aumentava a pressão para redução de preços e concessão de crédito.
Na época não havia outra empresa brasileira exportando nessa área, portanto não existiam referências.
Acredito que a melhor palavra para nos definir naquele momento era "pioneiros".
Em alguns momentos chegávamos a desejar que aparecesse algum concorrente.
Em certas ocasiões dizíamos, como pescadores amadores, neste rio não tem peixe, para logo em seguida descobrir que havia um dourado gigantesco mordendo a isca, no anzol mosquitinho, e arrebentando a linha.
Perdemos pedidos por falta de capacidade fabril, perdemos pedidos por medo, perdemos pedidos por falta de conhecimento técnico, perdemos pedidos por rejeitarem nossa expertise, perdemos pedido porque éramos pioneiros, perdemos pedido porque não havia tradição de exportação desse produto no nosso país, perdemos perdido por causa da nacionalidade, perdemos pedido...
Sim, perdemos pedidos!
Claro que a internet aproximou pessoas, países, mercados, produtos, notícias, e o mundo nos conhece um pouco mais, não apenas nosso futebol e café, mas as conquistas de mercado ainda demandam trabalho.
Tornar o Brasil moda no mundo é a grande ferramenta ou argumento de valorização e visibilidade do que produzimos.
O reconhecimento gera a excelência, separa a arte do produto, dá nome, põe o rótulo, marca a fogo: Brand!
As referências de um país são sua arte e sua cultura!
Estas atraem, provocam sonhos, desejos.
Conta sempre um amigo, estrangeiro, vivendo no nosso país há décadas, que sempre que recebe seu irmão, que vive no exterior, este faz questão de passar alguns dias na cidade maravilhosa e segue a mesma rotina: sentado de frente para o mar pede que o belisque e diga em voz alta que ele está no Rio de Janeiro!
Temos muitos "Rios" para exportar, de forma que se tornem os pontos de aceitação e aconchego dos nossos produtos.
Não podemos deixar que sonhos como "Ipanema" e "Copacabana" esvaneçam. Forneçamos outros mais como Fortaleza, Natal, Manaus, nossas cidades históricas, de norte a sul, nossa música, as artes plásticas, nosso jeito alegre de ser.
Ah, a culinária, do arroz com feijão à feijoada, do espeto corrido à comida mineira, da nossa cachaça à caipirinha que tanto encanta.
Produtos são valorizados pelas marcas que ostentam, "produtos" das histórias que as criam.
Nas raízes destas estão nossa arte e nossa cultura.
Uma riqueza que vale milhões. Milhões de dólares e Euros.
Virão para nossos cofres sempre que formos capazes de entender que "onde nossa arte e cultura estiverem, estarão nossos produtos".
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.