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O poder das sociedades informais do conhecimento em torno das grandes fogueiras

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 25 de Outubro de 2011

O homem sempre se reuniu em torno de uma idéia. Ah, se as fogueiras falassem!

Estas sempre foram testemunhas da criação, fortalecimento e dissolução de sociedades.

Em seu entorno, ainda batem-se os tambores da guerra e da paz!

Uma nova dança, uma nova música, um jeito diferente de construir um arco e flecha, um novo tambor, uma armadilha, uma técnica de caça, de defesa, de ataque, de navegar, de plantar, de fazer escambo, de evoluir...

Nos grupos há os que sabem e os que usam. Os teóricos e os práticos.

A informalidade, a experimentação, o "descompromisso" com resultados tornam as sociedades do conhecimento inovadoras, criadoras e revolucionárias.

Estas surgem por interesses e desaparecem por esgotamento.

Por que são informais?

Por que as pessoas são ligadas por problemas e busca de soluções. Pelo conjunto de conhecimentos se atraem para adicionar competências.

Modelo de competência

Como modelo, para exercício de formalização, este tem como parâmetro as soluções que são esperadas dos integrantes e interessados. Por exemplo, como vendedor, o que o seu cliente espera de você?

O modelo estabelece o mapa de competências

O que, como interessados, os integrantes precisam saber para levar em frente seu projeto?

Comunidade da prática

As necessidades reúnem em torno da fogueira os detentores do conhecimento e desenvolvedores de aplicações para tirar dúvidas, partilhar experiências, em busca de novos saltos operacionais.

Como as pessoas aprendem?

O aprendizado não é formal, dirigido, isolado e individualizado, mas, como exercício em sociedade, é partilhado por grupos. A informação é captada e propagada sem restrições.

Forças de atração de grupos que aprendem

As forças de atração não são intencionais, mas espontâneas. São geradas por temas, poder de cooperação, sondagem e ensinamentos para adição de competências para exploração e solução de questões complexas.

O poder da informalidade

Grupos criminosos tem incrível capacidade para criar artifícios e argumentos, com espantosa agilidade, que o estado formal, preso à regras e estrutura rígida, não consegue combater. Nesses casos, a velocidade da informação é resultado da informalidade, aspecto que no modelo formal impede o soldado raso de alcançar o comandante com a solução, não importa quão genial possa ser.

O poder da informalidade, inovador e revolucionário, alcança a ciência, arte, música, esportes, apreciadores de bebidas, charutos, fãs de jogos de cartas, chás, mestres cucas, pescadores, onde um objetivo existe.

Sua longevidade dependerá das pessoas, que permanecerão enquanto tiverem algo a contribuir e a aprender.

Barreiras que a informalidade derruba

A informalidade é um aríete, que se choca violentamente contra portas e muros do preconceito, e que impede:

  • Restrição à divulgação das informações e descobertas;
  • Proibição do uso e aplicação dos conhecimentos;
  • Ação das sombras da desconfiança;
  • Disseminação dos conflitos entre pessoas por discordâncias. Não há nenhuma obrigação de aceitação de idéias;
  • Divergência por crenças e valores;
  • Conflitos por visão e missão;
  • Obrigação de convergência;
  • Restrição ao livre exercício de opiniões e pensamentos.

Rock é Rock. Que rolem as pedras!

Tanto Beatles como Rolling Stones podem fazer seus sons e ter seus adeptos.

Nas organizações, os consultores têm papel fundamental. Fertilizam os solos, mas não interferem no crescimento dos campos. Dessa forma, podem atuar de modo informal nos grupos de conhecimento e prática, potencializando o desenvolvimento e aplicação do capital intelectual.

Sabedoria e aplicação do poder das sociedades informais do conhecimento

Nas sociedades informais do conhecimento, o produto não será aquilo que você deseja, mas o que estas podem oferecer pelo seu foco.

Atritos gerados pelo poder das sociedades informais do conhecimento

Nas empresas, os atritos podem ocorrer porque o fundamento da ocupação destas sociedades pode colidir com os fundamentos do modelo de gestão da organização.

A empresa precisa vender mais ou melhorar o produto azul, enquanto o grupo tem seu foco no amarelo. É comum que as discordâncias provoquem a debandada e o grupo siga para o mercado.

Há muitas histórias de formação de novos empreendimentos por migração total ou parcial de sociedades informais do conhecimento.

Queiramos ou não, gostemos ou não, incentivemos ou não, assim caminha a humanidade em torno das grandes fogueiras!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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