você está aqui: Home → Colunistas → Construindo o Futuro
De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.
Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 19 de Dezembro de 2011
Para entender uma organização é preciso conhecer sua cultura e como ela se formou.
Por essa razão, jamais podemos negligenciar a visão que conduziu à missão e que tem como alicerces crenças e valores.
Um rápido apanhado de tratados nossos sobre o tema nos permite dizer:
Toda criação é fruto da visão de uma pessoa com caráter empreendedor.
A visão cria enfoque, identifica a direção a ser seguida, dá poder às pessoas e as obriga a seguir em frente. Deve ser a mola propulsora das esperanças e sonhos das pessoas que estejam envolvidas. A visão determina por que um empreendimento existe.
A missão se fundamenta para desenvolvimento da visão. Necessariamente precisa ser uma declaração sobre o que a organização é ou será. A sua razão de existir é determinada pela visão.
Todos nós temos crenças, ao sermos de alguma forma atingidos por estas estaremos permitindo que ajam sobre a nossa visão e missão.
Crenças são estados mentais, generalizações que fazemos de nós, das pessoas e também de situações no mundo. As crenças podem ser verdadeiras ou não. São princípios que têm forte influência sobre nossos comportamentos e orientam nossas ações.
Valorizar alguma coisa é investi-la de importância. Nas nossas vidas há uma série de aspectos que consideramos importantes e levamos em conta na hora de agir. Em conjunto com as crenças, os valores caracterizam nossas ações. Valores são aspectos particulares. Pessoas diferentes terão valores diferentes.
Esse conjunto de informações e conhecimentos chamaremos cultura organizacional.
Em um mundo globalizado e em constante mutação, a visão, que gerou a missão, pode ser um grande empecilho ao desenvolvimento da organização?
Não só pode como é o que acontece!
A resistência às novas tecnologias já é fator de grande atraso, o que dizer então quando o pensamento não evolui?
Imagine duas empresas concorrentes, uma ainda na era da mecânica e outra da eletrônica.
Uma recebe os pedidos de vendas por fax, a outra já tem um sistema integrado pela internet. A primeira conta as peças no estoque e informa mensalmente a disponibilidade à equipe de vendas, na outra, a equipe consulta o estoque a qualquer tempo, com acesso imediato.
A primeira mal conhece os negócios do cliente, a segunda gerencia seu estoque e analisa constantemente o giro dos produtos.
Ora, ir mais longe na comparação seria uma covardia, não?
Não é necessário dizer que uma delas atuará com mais desenvoltura em novos mercados, novas
áreas, com novos produtos, conceitos inovadores e equipes antenadas no mercado, não é verdade?
Como uma visão pode ser revista, levando a criar uma nova missão para atender uma nova realidade, quando crenças e valores são alicerces?
Crenças e valores também mudam, desde que haja entendimento e aceitação da nova realidade.
A aceitação permite mudança na cultura empresarial, levando os integrantes a novos chamados.
Lembra, em genética, que genoma é todo tipo de informação hereditária que está codificada no DNA de um organismo? E que essas informações é que determinam características e comportamentos?
Pois é, sabendo disso, o homem, ainda na idade da pedra, já utilizava esse conhecimento para cruzamentos seletivos de animais e enxerto em plantas, como recursos para melhoria de seus rebanhos e colheitas.
Nas organizações não é diferente, isso ocorre com adição de competências, não apenas no processo, mas no DNA, que estabelece a cultura.
Por que razão muitas empresas se mostram imutáveis, entram e saem gestores, e mesmo perdas financeiras e de mercado parecem não afetar seu direcionamento?
Podemos ir mais longe. Pessoas levam empresas à falência e se tiveram chance repetirão o comportamento.
Outras, entretanto, são maleáveis, totalmente adaptáveis, abertas às novas idéias, conceitos, críticas e rápidas para ajustar as velas de acordo com o vento.
Quantas vezes não nos surpreendemos pensando onde reside a magia, que permite a formação de uma nova cultura?
Quantas vezes não lemos que para mudar um reino é preciso mudar o rei?
Certamente não será necessário se a organização do reino for geneticamente modificada!
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.