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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 13 de Março de 2012
Muito se fala e se escreve sobre a qualidade do ensino, mas na outra ponta da questão reside adormecida, a qualidade do aprendizado. O volume de conhecimentos exigidos do profissional cresceu consideravelmente nas ultimas décadas, impossível atendê-los, todos, em salas de aula.
No início da era da microinformática, timidamente se falava em polivalência, onde as pessoas teriam incumbências multitarefas e multifunções. Hoje isso é uma realidade, o conceito está plenamente inserido na cultura empresarial, caminhando no sentido inverso da divisão do trabalho. Aquilo que se fazia com cinco pessoas, hoje se faz com apenas uma. O que levava semanas e meses, hoje demanda dias.
O homem tem uma capacidade impressionante de simplificar os mistérios da ciência, tornado-a acessível a muitos, ainda assim a complexidade para o aprendizado e para retenção do conhecimento se faz presente.
Uma pergunta precisa ser feita: o que mudou nas nossas escolas, com toda essa exigência? Mudamos o quadro negro para o branco e o branco para o eletrônico?
Descobertas e obsolescências estabelecem os rumos da ciência, em um ritmo alucinante, deixando profissionais defasados com muita frequência. Na cadeia do conhecimento, multiplicar e propagar são trabalhos de todos os profissionais que estejam envolvidos em processos educativos, portanto a reciclagem é ponto fundamental.
A questão se complica pelo simples fato de que ensinar e aprender não zera a equação. O que é ensinado nem sempre atende o que é requerido, por conteúdo e também formato.
Nosso modelo educativo, quando o faz, ensina a ensinar, mas não ensina a aprender. Aprender é desconfortável quando pouco se sabe. Basta verificar que raros são os autodidatas.
Para retenção, a informação depende da cola do conhecimento. Sua ativação é produzida pelo calor do interesse, com o despertar da curiosidade Esta perde o visgo com o frio da ignorância, desmotivação e displicência. Não basta o aluno querer aprender e o professor ensinar para que o sucesso esteja garantido. Se um espera água e o outro oferece refrigerante, a sede não será saciada.
Informação encontra aconchego quando é esperada. Note que quanto mais sabemos de um assunto, mas fácil fica aprender sobre este e outros correlatos.
Ainda que não percebamos, especialização mais do que uma busca é um acontecimento. Antes que uma pessoa conscientemente estabeleça um foco e se dedique à coleta de informações e estudo, algo já vinha se especializando nela.
Por essa razão, tenho refletido e debatido com a Professora Rosangela Maria Eneas,
Especialista em Docência no Ensino Superior, no desenvolvimento do Método Aprendendo a Aprender- O Caminho da Especialização. Conceito que sempre usei em treinamentos. Sua valiosa experiência em orientação de alunos na elaboração de monografias deixa claro os fatos que abrem as portas para o aprendizado, e que levam ao desenvolvimento de carreiras e especialização. A Professora Rosangela tem o privilégio de observar a semente germinando, momento em que seu orientando ainda não percebeu todo o seu potencial.
Qual é a importância do método?
Imprimir velocidade na retenção de informações nos processos de aprendizado. Na nossa área, especificamente, educação para gestão. Empresa tem pressa, as questões são urgentes, não há como esperar anos de estudos que conduzam a uma solução. Entendimento e aplicação imediata determinam a excelência da gestão. Lê-se hoje ou atende-se um curso e aplica-se já, com segurança e assertividade.
Carreira se faz com a preparação de sucessores ou backups, como costumamos denominar, portanto cada gestor deve ser um multiplicador.
Não é difícil entender que os resultados na vida não aparecem com o sucesso do ensino, mas do aprendizado, afinal a materialização é produto da ação do aprendiz.
Assim, nosso foco é a ativação da cola do conhecimento, que leva a aprender a aprender, que é o caminho para a qualificação.
Para levar uma pessoa a aprender, precisamos conhecer suas necessidades, interesses, abrangência de conhecimento, vocação e talento.
As respostas a algumas perguntas nos preparam para a condução do processo, procurando alinhar o grupo, as informações e gerar o calor necessário para que estas encontrem aderência.
O orientando busca informações por:
O orientando
O orientando frequenta o curso por:
O orientando tem:
No cotidiano, quanto menos se conhece as implicações, mais soluções prontas são aceitas sem investigações. Dessa forma, quanto mais se desce na escala do desconhecido, mais difícil a retenção
É determinante ter consciência que educação é diferente de treinamento. Treinamento exige repetição, cujo efeito é a geração de muito calor, necessário ao aperfeiçoamento.
A reflexão e os debates produzem efeitos semelhantes aos treinamentos e preparam os orientandos para a experimentação e observação, facilitando a especulação, promovendo o aumento do conhecimento.
Para o orientando, o esfriamento da cola do conhecimento causa grande desconforto, pois começa a sentir a redução da aderência, razão pela qual muitos a mantêm ativa com leituras.
Ao aprender a aprender, descobrimos que novas informações satisfazem necessidades e geram conforto.
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.