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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 27 de Março de 2012
Você já deve ter percebido que quando o mês se encerra todas as pessoas nas empresas ficam ansiosas esperando os relatórios da contabilidade para ver o lucro obtido, não?
Não deve lhe causar espanto o fato que com certa freqüência, após a divulgação números, frases como "só isso" sejam pronunciadas! Soa estranho, principalmente, quando as vendas são as mesmas meses seguidos e há a expectativa de resultados melhores.
Um amigo, passando por um momento delicado de prestação de contas, uma vez me perguntou: "Você que gosta de matemática, estatística e de trabalhar com índices, não conhece uma fórmula para melhorar os cálculos dos lucros"".
Antes de responder, pedi-lhe que me explicasse como era o processo de planejamento econômico e financeiro da empresa, estabelecimento de metas, comprometimento com estas e acompanhamento.
Objetivamente me contou que a empresa havia trocado seus profissionais mais experientes, envolvidos no processo de planejamento empresarial, por profissionais com menos bagagem profissional e salários mais "acessíveis". Com isso, os planos preparados no início do ano praticamente eram uma repetição do que havia sido estabelecido no ano anterior. A comparação era superficial e praticamente ninguém olhava.
A primeira colocação a ser feita é que a empresa trocou planejadores por planilhadores, profissionais sem a qualificação necessária, que poderão dar uma boa contribuição em outros assuntos, mas não em aspectos estratégicos.
Colocar profissionais despreparados para tratar de questões complexas é como acender lenha verde, produzirão muita fumaça e pouco fogo.
A segunda colocação é quanto à forma de avaliação do lucro. A empresa está tratando de lucro obtido ( Lo) e não de lucro gerado ( Lg). Parece a mesma coisa, não?
Sim, mas é substancialmente diferente.
Quando tratamos do lucro obtido, o fazemos depois que todos os eventos se encerram e usamos a Fórmula Lo=R-I-C-D.
Notem que é uma seqüência de subtrações, onde Lucro é resultado da Receita obtida (R) deduzidos os impostos (I), os custos (C) e as despesas (D).
O lucro gerado tem outra constituição, Lg =P+C+A. Para os supersticiosos um destaque, a primeira formulação segue aspectos negativos, dedutivos, a segunda aspectos positivos, adição.
Nesta condição o lucro é gerado, produzido pelo direcionamento e não pelas consequências. A segunda é muitas vezes do fator sorte.
Analisando cada componente, observamos que o lucro gerado (Lg) é resultado do planejamento e estabelecimento de metas (P), adicionado do comprometimento (C) e das atitudes (A).
A mudança a ser feita não é no seu cálculo, mas na forma de sua geração, na nossa cultura de planejamento e comprometimento com metas.
O nosso país é e será a soma daquilo que fizermos como agentes econômicos e financeiros nas nossas empresas, portanto o mundo avaliando a lucro através de Lg e nós de Lo perderemos de goleada essa disputa no mundo globalizado.
Tenho visto muitas empresas sucateando seu o valor mais importante, a experiência, sem se dar conta que esta traz segurança, credibilidade e continuidade.
O aspecto interessante neste processo é que a escolha é sua!
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.