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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 16 de Maio de 2012
De tempos em tempos, há assuntos que vêm à tona e se tornam moda, já perceberam? Não porque tenham mais ou menos importância, mas um artigo, um livro, um curso passou a chamar a atenção.
Citando apenas alguns, tivemos períodos de grande divulgação da reengenharia, PPCP (planejamento, programação e controle de produção), controle de custos, formação de preços, ISO, e, com grande alarde, qualidade com seus controles e círculos.
Passado esses ciclos as empresas deixam de praticá-los?
Não, evidentemente que não. De forma nenhuma. O que ocorre é que o mercado prepara profissionais, com treinamentos e experiências práticas, quer em suas empresas ou em empresas especializadas, e a questão que era teórica se torna concreta e bastante óbvia.
As organizações com vocação maior para os avanços da gestão rapidamente aprendem e se adaptam à nova realidade. Vêm depois as empresas que aguardam a consolidação do assunto, e por último aquelas que demoram a perceber e aceitar a importância prática da abordagem.
Alguns temas retornam tempos depois com outra roupagem. Dessa forma, poderíamos questionar qual a vantagem de nos envolvermos novamente com eles?
Acredito ser fundamental colocarmos a organização sempre num processo de reflexão, o que é bem diferente de efetuarmos a revisão de uma técnica implantada.
Poderíamos considerar, então, que uma técnica se desgasta?
Vamos encontrar opiniões que dirão sim, outras que dirão não.
Prefiro considerar que esta se torna óbvia. Com isso, muitos debates praticamente são desnecessários. Primordial, quando aceitas e bem entendidas, é sua implementação. As empresas implantam as técnicas sob supervisão de especialistas, depois as moldam à suas culturas.
Esse conceito fica bem claro, quando falamos de custos, embora sirva para qualquer técnica, no livro extremamente interessante escrito por Thomaz H. Johnson, sob o título Relevance Lost: The Rise and Fall of management Accountig. A abordagem é sobre o ganho e perda de relevância dos modelos de gestão na área de custos.
As últimas informações que tive dão conta que já foi traduzido para o português, uma busca pelo nome do autor pode confirmar.
O conceito de que excelência em qualidade é fundamental correu o mundo e fez de um pequeno país, estabelecido num arquipélago, uma potência. O que há para debater?
A questão é uma só: implante-se.
O próximo assunto que vai se tornar uma grande onda é o da criação e da inovação. Para isso temos que ter nossas empresas com seus PCP, sistemas de custos, conceitos de formação de preços, sistema de qualidade consolidados, caso contrário como entrar na nova onda?
Encontro ainda empresas falando em controle de qualidade, quando este já ultrapassou o processo de produção, tornando-se um conceito, uma cultura, influenciando o conceito de produtividade.
Produtividade está diretamente relacionada com o fazer certo, da forma correta (eficácia) e fazer bem feito, atendendo o processo definido (eficiência). Algumas culturas a classificam como fazer bem feito na primeira vez. Com o tempo, alguns sistemas vão se consolidando e tornam-se indiscutíveis. Não atendê-los demonstra total incoerência.
Com qualidade é a mesma coisa. No mínimo nós temos que atender a percepção dos nossos clientes, afrontá-la seria uma irresponsabilidade. Nossos produtos têm que atender suas exigências, no primeiro contato, caso contrário não dá para falar em qualidade.
Qualidade, hoje em dia, demanda praticidade, implementação, ação, não mais discussões. Esse assunto, como objeto de debates, está ultrapassado.
Podemos aceitar ou não esse posicionamento, mas certamente os consumidores nos cobrarão caro a qualidade não percebida nos nossos produtos.
Esse assunto está fora de questão para você ou não?
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.