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Por Ivan Postigo
Data de Publicação: 27 de Junho de 2012
Ao visitar o mercado e conversar com gestores, você ouvirá muitas queixas sobre a complexidade para a administração dos negócios. Algumas por vícios de reclamação, outras porque as empresas realmente enfrentam dificuldades.
Cada dia os produtos estão mais parecidos e são ofertados com boa qualidade, satisfazendo as exigências do consumidor, gerando uma feroz concorrência.
O número de concorrentes onde o mercado se mostra atrativo sempre aumenta, afinal quem vê oportunidades quer explorá-las.
Errar até por ser aceitável, em alguns casos, persistir não é permitido.
Muitas empresas que se vêem em dificuldades não acabaram de se instalar não, são tradicionais, apenas não se deram conta das mudanças no mundo empresarial.
Tenho observado casos em que várias destas num ciclo de 5 anos "perderam" o mesmo cliente 3 vezes. Não conseguiram atender as exigências dos pedidos de compra, estes foram cancelados, contudo num período entre seis meses a um ano foram bem sucedidas em restabelecer os negócios.
Não cumpriram o acordo novamente e assim seguem, perdendo clientes e lutando para recuperá-los. São empresas que têm problemas generalizados e não localizados.
Não desenvolvem um trabalho de diferenciação de marca, portanto vendem commodities. Para manter seu volume de negócios praticam os menores preços.
Apresentam concentração de venda em um cliente que pode absorver mais de 40% do seu volume, portanto têm baixa distribuição no mercado e reduzido poder de negociação. Essa característica é resultado da inexperiência em prospecção ou excessivo foco em canais de negócios.
Trabalham com conceitos fundamentados num passado longínquo, sem visão de futuro Sempre fizeram assim e têm dado certo!
São incapazes de entender os conceitos primários de margem de contribuição para reposição do parque industrial, depreciado a cada dia.
Apresentam comprometimento financeiro elevado, chegando a superar o valor de dois meses de faturamento no curtíssimo prazo.
Demonstram assustador descontrole sobre a cobrança das duplicatas e desconhecimento da real inadimplência.
Trabalham em três ou quatro turnos em setores estratégicos, sem margem de manobra para melhorar seus custos, e desconhecem os conceitos de administração dos gargalos de produção. As convocações para horas extras são feitas sem planejamento, ocupando domingos e feriados, com custos elevadíssimos.
Aceitam qualquer volume de pedidos. Incapazes de dizer não, pois negligenciam os conceitos de planejamento, comprometem toda a qualidade da produção, entrega e continuidade dos negócios!
Os conflitos acabam sendo inevitáveis, o que leva a um alta rotatividade dos funcionários, dificultando a retenção de talentos, acendendo a chama perigosa da velha "mínima": "Ninguém é insubstituível".
O mundo está repleto de histórias de sucesso seguidas de fracasso pela perda de mentores. Pessoas geniais são raras em todas as áreas de atuação, quando encontrar uma retenha. Pensando bem, se não for para respeitá-las e permitir que brilhem deixem-nas ir. Eles merecem um lugar de destaque e a possibilidade de se mostrarem para o mundo.
Alto volume de conflito, normalmente, indica baixa capacidade de comando e concentração demasiada de poder.
Um problema não resolvido leva a outro, isso é fácil de observar nas empresas.
Uma empresa antes de quebrar pode agonizar por anos. Há no mercado pessoas com criatividade suficiente para sustentá-la nesse estágio por um longo período.
Um delicado filme, preto no branco, sobre muitas empresas, por não observarem conceitos básicos de administração!
Ivan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.