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MAS SERÁ O BENEDICT? - Uma novela Linux em 8 capítulos

Por Franklin Carvalho

Data de Publicação: 22 de Agosto de 2013

Justo o nome do meio. Benedict? Aquele finlandezinho de cara nerd? Fazer o bem? E na Finlândia ainda? Não tinha mais nada para fazer? Os gélidos e aquela maldita lenda Beowulf, que nem era finlandês. Não importa, vamos à novela.


Robert Langdon, visivelmente preocupado e sentindo muito frio, tentava decifrar aquelas estranhas frases:

afadaacabada1
afadaacabada2

Uma chave WEP? Mas em 1840? A lápide dizia apenas "K, o inventor do azeite - 1840-1726". Abaixo, crivado na pedra em duas linhas com tipografia menor: afadaacabada1, afadaacabada2. Nem havia wireless naquela época, pensou Langdon. Deve ser outra coisa, concluiu pensativo. E a cronologia inversa? Baaaahn (fazendo cara de Windows)...

Logo abaixo, quase inelegível aparecia inscrito no granito: "Onde está o Amarildo?". Um pouco mais abaixo, em letras mais do que mínimas: "Perguntem ao Cabral, e se ele não responder, perguntem ao Benedict ou usem o find".

Aquilo era definitivamente um enigma bem complicado. Langdon lembrou daquele artigo do Abominável Julio das Neves: "Como usar corretamente o find". Lá foi ele, como root, ao velho mundo do jogo da velha: #

# whoisAmarildo
# Amarildo is deleted. Try whosismicrowave.

Langdon não se conformou:

# find ./ -iname fudidos_para_sempre

O shell não titubeou em responder, mas de modo inesperado, o que despertou a curiosidade de Langdon:

# Amarildo is >/dev/null ## Please don't ask again!

Para não deixar rastros, Langdon deu um "> .bash_history. Quatro vezes no xterm. Abriu outro xterm e fez de novo. Os transFluminenses eram uma ameaça constante para os mengos do tipo Julio, principalmente depois do selinho do Sheik. Cautela era uma boa política para Langdon naquele momento. Quem tem pescoço em francês, tem medo, lembrou Langdon.

Langdon deu logout, e logou então como Mantega, senha "inflação". Acertou na mosca de primeira. Nunca havia acontecido, principalmente com adversários tão astutos.

Após o login:

$ Hello,Egg Head!

Sem perder tempo, Langdon digita:

$ find /tmp -iname barbecue
$ Do not insist, Asshole. ## 

Para o espanto do criptógrafo, aliás, muito parecido com o Tom Hanks.

Langdon começava a desconfiar que estava andando em círculos mas que era possível achar uma pista no meio daquele circo do jogo da velha.

Então Langdon lembrou do que Mestre Julio havia ensinado naquela fétida caverna do Afeganistão, entre "os barbudos das Kalashnicov":

$ history (Enter)

AHAHAHAHAHA!!!

101 userdel Amarildo
102 userfuck Amarildo
103 motheruserfuck Amarildo
104 fatheruserfuck Amarildo
105 brotheruserfuck Amarildo
106 kill -9 Amarildo
107 dolar=1
108 dolar=dolar++1
109 genoino=cuecao
110 cuecao=cuecao++1
111 userdel Barbosa
112 userfuckagain Amarildo

O histórico mostrou-se revelador e instigou Langdon a pensar quem seria o elo de ligação com o Consórcio. Tentou então:

$ sudo adduser lewandowski

$ Hello, Egg Head!
$ Please enter root password: lewandowski (Enter)

Perplexo, Langdon atravessa fronteiras:

# whoami
# $#@!%*()*$%<>*(&
# uname -a
# barbosalinux 3.11 for workgroups

Langdon começava a achar pistas para desvendar aquele que seria seu maior desafio criptográfico.

To be continued...

Sobre o autor

Sou Linux desde criancinha. Foi meu amigo Rodney, creio em 1998, que me botou no barco quando me deu um curso de um minuto e meio de VIM mostrando como entrar, editar, salvar e sair. Em seguida me apresentou o MAN dizendo: Te vira, tá tudo aí, dá um Q para sair e um mc para passear. Então virou as costas e foi embora. Anos depois meu grande amigo, o abominável Júlio das Neves, o Papai do Shell, me deu de presente um curso profissional de Shell Script em uma caverna do Afeganistão. Nesse meio tempo li o livro Unix Text Processing, igualmente marcante. Agradeço aos amigos Rodney, Júlio, Rodrigo, CelinhoPlace, Aurélio2txt, Henrique, Red Alexandre, Queiroz e família, os Brod, Lucas da Óxenti, Sulamita, Roxo, K_Helinho, Renato, Edson Perl, os 4Linux e também os Solis, o grande Mr. Lutkus, Orlando Nipo, e tantos outros que conheci através da finada Revista do Linux, empreita que tenho orgulho de ter participado. A lista é longa demais mas preciso dar um << EOF.

Trabalho com jornalismo de informática, direta e indiretamente, há anos. Fiz alguns prefácios de livros de amigos nos últimos anos os quais referencio como sendo o núcleo de uma organização clandestina a quem pessoalmente chamo de a "turma do MAN Salão". Punto, já falei demais. O resto, nem sob tortura.

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