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Por Franklin Carvalho
Data de Publicação: 17 de Setembro de 2013
Langdon estava visivelmente atordoado depois do encontro com Daniel Peres.
Subiu transtornado direto para o último andar do hotel segurando a sacola de presentes enviada pela mãe do Celinho e o envelope com o dossiê feito pelo Pedro Bizzotto durante a madrugada. Os trinta e cinco quilos da sacola de presentes da mãe do Celinho pesavam tanto quanto o envelope com as mais de seiscentas páginas que Langdon pressentia conter revelações perturbadoras.
Assim que entrou no quarto, pousou a sacola de presentes ao lado da porta e abriu nervoso o envelope sôbre a cama.
Na primeira página uma foto mostrava um K circundado por uma engrenagem de doze dentes. Pedro assinalara no Gimp uma enorme seta vermelha indicando a exagerada inclinação da letra K. Assemelhava-se quase a uma cruz dentro de um círculo.
Na segunda página havia uma foto de uma placa de argila, achada num sítio arqueológico em 1896 pelo ingês Arthur Evans, grafada em uma língua proto-semita chamada Linear B. Este sítio guardava as ruínas de um templo micênico, provavelmente datado de 1250 A.C. e onde foram encontradas diversas outras "tábuas" de argila.
Esta em especial, possuia no seu verso uma estranha figura masculina, e havia sido encontrada "na casa do vendedor de azeite". Na frente da placa e bem no centro destacava-se um hieróglifo do fonema KA, representado por uma cruz dentro de um círculo. A inscrição da tábua descrevia uma quantidade de lã a ser manipulada por uma jovem tecelã, como em um registro contábil.
No antigo Egito para representar "mão" falava-se d-r-t e usava-se o desenho da letra D. Antigas línguas semitas adotaram o K, que mais tarde foi incorporado pelo grego arcaico. No grego, K ou Kappa, representam "mão", mas fonéticamente reproduzem Kap, ou Kaf, não se sabe ao certo a origem.
Em outra página via-se nitidamente uma das duas fotos recuperadas da memória flash do celular seccionada em trê partes:
afadaacabada1
afadaacabada2
Na primeira seção, K foi interpretado como o hieróglifo do Linear B, duplamente confirmado pela expressão "o inventor do azeite" e pelo número cifrado do telefone da funerária Athenea, que a mitologia grega cita como "deusa criadora do azeite". A alusão ao grego tornou-se explícita mas existiam muitas referências cifradas. Tanto "Linear B" quanto "Loira do Bonfim" possuem as mesmas iniciais: LB. A lápide estava situada onde pretensamente encontrava-se o túmulo inexistente da "Loira do Bonfim".
O têrmo "LB" é empregado em alguns círculos ocultistas para identificar uma "Lista Bilderberg". É bastante conhecido que os Bilderberg costumam expor ublicamente mensagens de teor satânico em lápides. Uma de suas lojas macônicas afiliadas mais secretas intitula-se justamente Kappa e a esta reserva-se a função de projetar e construir monumentos, notadamente lápides, para o poderoso grupo.
Na segunda seção a cifra afadaacabada1
seguida por afadaacabada2
remetem
claramente aos rituais das orgias bacanais de algumas seitas macônicas. São
realmente cifras, porém musicais, que excluem propositalmente o E (Mi) e
o G (Sol. Exoterismo pitagórico puro. O G é a letra da inicial do nome do
Deus Maçônico.
O mito latino de Bacchus (Liber Bacchus), originado do culto ao deus grego Dionysus era representado no teatro grego como o ritual pagão do "Deus Sacrificado que empunha o Tirso", "O Deus do Vinho", o que comanda o ritual da loucura e do êxtase. Na mitologia grega Dionysus é uma das doze deidades do Olimpo, o "círculo de doze dentes". O nome Dionysus surgiu das lendas micênicas descritas nas tábuas de argila escritas em Linear B.
Uma Lista Bilderberg possui diversos significados. Pode descrever uma loja maçônica, uma lista de participantes de um encontro do grupo, uma descrição de um rito, uma mensage secreta, entre outras coisas.
Na terceira seção, Pedro Bizzotto, sentiu-se à vontade para matar a charada ao observar o "ou usem o Find" no final da frase. Tratava-se de uma mensagem diabolicamente endereçada a Langdon e para ser lida por êle e naquele local. Havia algo bem assustador naquilo, salientava Pedro.
Amaril"D"o, Cab"R"al, Benedic"T". O fonema egípcio d-r-t, que significa mão, novamente citado, mas também Discourse Representation Theory, acrônimo linguístico para "semânticas mentais", outra clara mensagem maçônica.
Langdon lembrou na hora da famosa frase DRT: "Every farmer who owns a donkey beats it".
Tamanho incômodo precisava de uma conversa esclarecedora com Mr. Benedict. Nada fazia muito nexo naquela história.
Busca na agenda pelo telefone da secretária de Mr. Benedict e imediatamente liga para falar com a tal "Miss Kim" e pedir-lhe para contatar seu chefe.
Uma voz aveludada atende do outro lado:
— Miramax! Com quem deseja falar? Kim falando...
— Boa tarde! Meu nome é Robert Langdon e preciso falar imediatamente com Mr. Benedict, disse em tom enérgico. Estou no Brasil e preciso relatar fatos muito estranhos a Mr. Benedict.
— Deve haver algum engano, não há ninguém com esse nome aqui, respondeu uma perplexa Miss Kim. Será que o senhor não está confundindo o nome de quem procura?
— Meu nome é Robert Langdon e fui contratado como consultor diretamente por Mr. Benedict para auxiliar os roteiristas do filme Pelé, com o Brad Pitt. Preciso imediatamente falar com êle, respondeu impaciente Langdon. Mr, Benedict me deu seu nome e número para resolver qualquer problema...
— Sr. Langdon, não faço a menor idéia do que o senhor está me falando, interrompeu Miss Kim. Garanto-lhe que não há ninguém com esse nome aqui na Miramax, também participo de todas as produções e esclareço que não há nenhum filme sôbre o Pelé envolvendo o Brad Pitt. Alguém deve ter-lhe pregado uma peça...
— Sr. Langdon, o senhor fumou alguma erva estranha aí no Brasil?, perguntou Miss Kim. Me desculpe mas o senhor acha que há algum traço fisionômico de semelhança entre Pelé e Brad Pitt? Assim que o senhor se acalmar volte a me ligar. Terei o maior prazer em ajudá-lo. Bye, bye!
Sou Linux desde criancinha. Foi meu amigo Rodney, creio em 1998, que me botou no barco quando me deu um curso de um minuto e meio de VIM mostrando como entrar, editar, salvar e sair. Em seguida me apresentou o MAN dizendo: Te vira, tá tudo aÃ, dá um Q para sair e um mc para passear. Então virou as costas e foi embora. Anos depois meu grande amigo, o abominável Júlio das Neves, o Papai do Shell, me deu de presente um curso profissional de Shell Script em uma caverna do Afeganistão. Nesse meio tempo li o livro Unix Text Processing, igualmente marcante. Agradeço aos amigos Rodney, Júlio, Rodrigo, CelinhoPlace, Aurélio2txt, Henrique, Red Alexandre, Queiroz e famÃlia, os Brod, Lucas da Óxenti, Sulamita, Roxo, K_Helinho, Renato, Edson Perl, os 4Linux e também os Solis, o grande Mr. Lutkus, Orlando Nipo, e tantos outros que conheci através da finada Revista do Linux, empreita que tenho orgulho de ter participado. A lista é longa demais mas preciso dar um << EOF.
Trabalho com jornalismo de informática, direta e indiretamente, há anos. Fiz alguns prefácios de livros de amigos nos últimos anos os quais referencio como sendo o núcleo de uma organização clandestina a quem pessoalmente chamo de a "turma do MAN Salão". Punto, já falei demais. O resto, nem sob tortura.