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Por Fernanda Alves Chaves
Data de Publicação: 30 de Julho de 2007
Antes de mais nada. Que nome mais estranho, né!? Essa guria cai do céu e, além disso, o nome da coluna dela é ambíguo pacas.
Pra que ninguém sofra de 'macaquinhos no sotão', vou começar explicando o nome. Eu adoro a palavra gostar. Enquanto cursava o 2. grau, descobri um outro planeta, o "Língua Portuguesa". Lá tem países, estados e cidades - bem parecido com o nosso. 'Gosto' vem de uma cidadezinha, bem ao sul do planeta, chamada Homônima. Lugar isolado, mas de significativa importância pois abriga o bairro da Homógrafa, que é conhecida pelos seus habitantes dúbios, confusos e intrigantes.
Quando bateram o olho, algumas pessoas leram gosto do verbo gostar e viram algo como: "...adoro gente!". Por outro lado, outros leitores entenderam como um substantivo. Para eles significou: "... sabor de gente!" Minha intenção é deixar vocês confusos mesmo. Hehehe... Sempre falo que eu gosto de gente, gosto de cheiro de gente. E porque não gostar do gosto de toda essa gente? ;-D
Bem.... Homógrafas são palavras que tem a mesma grafia, em compensação tem significados diferentes. O que eu gostaria de despertar em vocês é a curiosidade de ver as pessoas com olhos distintos.
Cada um de nós tem um significado único, mas não é difícil nos pegarmos com olhos cheios de preconceito para determinado tipo ou grupo de pessoas. Não conversarei com aquela guria pois ela usa uma calça semi bag. Não darei importância aquele senhor pois ele fala 'pobrema'.
O preconceito é algo intrínseco a todos nós. Sou preconceituosa, e você, certamente, também é. O que eu não me permito ser é discriminadora.
Aqui em Curitiba (sim, moro na melhor cidade do país - tenham inveja), como em vários outros lugares do mundo, temos uma velha disputa entre os usuários de Debian e as demais distribuições. Tá certo, o Debian é bem melhor (hahahah)!! Mas, seria uma discrepância se eu me comportasse como se todos os outros tivessem mau gosto e não soubessem escolher. Eu achar é uma coisa, eu me comportar de acordo com meus achados é outra. Bem diferente, por sinal.
O desenvolvimento pessoal e profissional é a fina arte de ajudar a evoluir quem está louco para crescer. Este texto foi feito para que você perceba sua maneira de ver as pessoas e como você se comporta com relação a seus preconceitos e discriminações. Pensar sobre esse tipo de coisas é parte de um maravilhoso processo do qual eu gostaria de te envolver.
Se você gosta ou não gosta de pessoas (não gostar é uma característica comumente percebida nos profissionais da área tecnológica), eu não sei. Mas, os convido a tratar os outros com a individualidade, respeito e carinho que eles merecem. Por trás de todas as coisas tem um alguém, tão ou melhor que você.
PS: Texto dedicado a vovó Ana (que, como gêmea, é um belo exemplo de cidadã homografense). Ela é uma mulher tão singular quanto a linda e selvagem Edelweiss.
Fernanda Alves Chaves é daquelas pessoas que buscam o que ainda há de humano em um ambiente dominado pela tecnologia. É administradora, especialista em Gestão de Pessoas, profissional de RH e professora universitária. A verdade mesmo é que ela gosta de gente, e é figurinha fácil entre os ambientes dominados por nerds, geeks, etc. Se empenha em ver toda a gente crescer, melhorar, atuar em redes. E, na visão dela, as pessoas começam a formar redes antes de chegarem perto de computadores! As redes se formam de mãos dadas, da troca de olhares, de palavras e... pois bem, também de e-mails, mensagens instantâneas e scraps. Independente dos meios, redes serão sempre de pessoas às quais a tecnologia deve servir, nunca o contrário. É para lembrar disto, sempre, que Fernanda nos brinda com sua coluna no Dicas-L!