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Por Fernanda Alves Chaves
Data de Publicação: 09 de Maio de 2008
Quem já assistiu reality show's põe o dedo aqui, que já vai fechar!!!
Essa semana começou mais um O Aprendiz. Nesta sexta edição, o bronzeado e bem escovado, Roberto Justus vai em busca não de um empregado comum, mas sim de um sócio para a incubadora de negócios, a Brainer.
Eu sou uma pessoa que sofre de "vergonha alheia". Quando alguém a minha volta faz ou fala alguma coisa que venha muito ao encontro das minhas convições, eu sofro por ela, sinto vergonha por ela. Esse meu jeito faz com que, frequentemente, eu queira enterrar minha cabeça no chão, pra me esconder do resto do mundo. E essa foi quase a atitude que tive no dia da estréia do programinha do Justus.
Os 16 participantes, divididos em duas equipes, tinham uma tarefa a cumprir em um curto espaço de tempo. Até aí, tudo bem, nada de novo. O problema todo é quando eu (e o resto do país) comecei a perceber a inabilidade dos candidatos. Questões muito simples - aprendidas no primeiro dia de aula de qualquer faculdade furrequinha - foram deixadas de lado. Aí, é claro, o fim se tornou trágico. Inclusive, ouvi relatos de que no interior de Minas Gerais, um médium recebeu uma mensagem psicografada do Henri Fayol, destinada aos participantes, onde ele explicava as funções básicas do Administrador.
No final da primeira etapa da tragicomédia, um dos amadores aprendizes é convidado a se retirar do programa, e isso aconteceu com uma das mulheres. O principal motivo da demissão dela - apatia - vem de encontro ao tema principal do artigo de hoje, marca pessoal.
A marca de maior valor agregado, hoje, no Brasil, é a do Banco Itaú, ela deseja transmitir o sentimento de solidez e segurança a todos os seus stakeholders.
Também podemos analisar superficialmente a marca da Kibon. Quando eu era criança (pois pequenininha nunca fui) e pedia pra minha mãe comprar Esquibom, os freezers deles tinham marcas em azul e amarelo, e a sensação que ela me passava era de gelado, duro, polo norte. Hoje a marca mudou radicalmente e me passa muito mais vivacidade, calor e energia
Jabá time: Fui uma das ganhadoras da promoção Ipod no Palito. O meu é verdinho, lindo e funciona que é uma maravilha. Morram de inveja.... Kibon, obrigada!!!
Entenderam agora o motivo dos profissionais de design se matarem de trabalhar para definir a marca da empresa? Pois é... da mesma maneira que não queremos andar em um carro que não tenha uma boa marca, nenhum CEO deseja ter em sua equipe uma pessoa sem vida, apática, que não faça diferença (como a eliminada do O Aprendiz)
Quem nunca ouviu a famosa frase bíblica: "Seja quente ou seja frio, não seja morno que te vomito". Tenho certeza que essa sentença tem quatrocentos e noventa e duas interpretações diferentes mas, dentro do ambiente empresarial, acredito que ela esteja ligada a identidade das pessoas.
Marca pessoal é a maneira como você é percebido pelos outros. Entende-se por marca o valor simbólico que conseguimos agregar a uma pessoa após tirarmos o 'mínimo múltiplo comum' - dela. Toda pessoa deve possuir uma marca e é muito bom quando podemos aliá-la tanto a vida pessoal quanto a profissional.
Não vou me atrever a dizer qual a marca pessoal que as pessoas devam ter pois, não tenho cacife pra dizer o que é certo e o que é errado para cada um. Por outro lado, gostaria muito que vocês refletissem que tipo de mensagem desejam transmitir.
Pense no que você é em como você deseja ser lembrado. Após definir isso, trabalhe neste projeto com afinco, sempre atento ao fato de que pessoas sem um diferencial são menos interessantes.
Quando for construir sua marca, estude bem e lembre-se que sua vida é como um iceberg, onde a parte invisível é grande, robusta e dá sustentação a parte visível. Ou seja, não adianta desenhar uma marca "fake" pois, se a parte que você mostra ao mundo não for compatível com o que realmente é, a mascara cairá tão rápido quanto você tentou colocar.
Mostre o que você é, e o que você pensa. Não deixe que os outros o definam, faça isso você mesmo.
Fernanda Alves Chaves é daquelas pessoas que buscam o que ainda há de humano em um ambiente dominado pela tecnologia. É administradora, especialista em Gestão de Pessoas, profissional de RH e professora universitária. A verdade mesmo é que ela gosta de gente, e é figurinha fácil entre os ambientes dominados por nerds, geeks, etc. Se empenha em ver toda a gente crescer, melhorar, atuar em redes. E, na visão dela, as pessoas começam a formar redes antes de chegarem perto de computadores! As redes se formam de mãos dadas, da troca de olhares, de palavras e... pois bem, também de e-mails, mensagens instantâneas e scraps. Independente dos meios, redes serão sempre de pessoas às quais a tecnologia deve servir, nunca o contrário. É para lembrar disto, sempre, que Fernanda nos brinda com sua coluna no Dicas-L!