você está aqui: Home → Colunistas → Interessa?
Por Fátima Conti
Data de Publicação: 06 de Janeiro de 2009
Em 1997, na Espanha ocorreu a primeira Campus Party., se repetindo anualmente, e reunindo milhares de pessoas durante 7 dias. Os participantes levam seus próprios computadores, com o objetivo de compartilhar experiências e realizar atividades relacionadas à tecnologia, cultura digital e ao entretenimento em rede.
A Campus Party, depois de 12 edições na Espanha iniciou seu processo de internacionalização.
Em 2008 o Brasil, na cidade de São Paulo, foi o primeiro país a abrigar esse grande acontecimento da cultura digital fora das fronteiras espanholas. No ano passado o evento também aconteceu na Colômbia e em El Salvador.
Em 2009 o evento deve chegar a outros países da América Latina, como Chile, Peru, Argentina e México.
Em janeiro, novamente em São Paulo ocorrerá a Campus Party Br, contando com 12 áreas. É importante notar que "Criatividade" - do ano passado - foi dividida em Design, Fotografia e Vídeo. As demais áreas são: CampusBlog, Games, Modding, Robótica, Simulação, Música, Desenvolvimento e Software Livre.
São esperados milhares de visitantes, sendo 4.000 campuseiros (que acampam no local). A maioria deve levar seus computadores para aproveitar a conexão de 10Gb oferecida pelo Grupo Telefônica.
Qualquer pessoa (como estudantes, professores, cientistas, jornalistas, pesquisadores, artistas, empresários e curiosos ) e entidades como empresas, escolas, grupos de melhor idade e sindicatos podem participar. É muito importante que pessoas que nunca usaram um computador sejam encaminhados para o Campus Party pelas pessoas já incluídas na sociedade digital.
Nada menos que o criador da WWW será o convidado especial e inaugurará o Campus Party Br com a conferência "O Futuro da Web" em 20 de janeiro, às 19 horas.
É importante lembrar que Bernes-Lee é o responsável pelo desenvolvimento de algumas das ferramentas necessárias para o funcionamento da web: o primeiro programa navegador, o protocolo de comunicação que transfere dados, o HTTP (HyperText Transfer Protocol); a linguagem de marcação utilizada para criar páginas, o HTML (HyperText Transfer Protocol); o primeiro servidor web e o sistema de localização de objetos na Web, o URL (Universal Resource Locator), além das primeiras páginas web. (Se desejar saber mais sobre as contribuições de Bernes-Lee leia aqui, aqui, aqui e aqui).
A inclusão digital é um dos pontos importantes da Campus Party.
Haverá uma área com 400 computadores e monitores treinados para despertar nas pessoas o interesse pela sociedade em rede.
Na realidade haverá 2 tipos de treinamento
Entre as atividades organizadas pela comunidade de Software Livre no Brasil deve cobrir o interesse dos usuários, sejam iniciantes, intermediários ou avançados.
Entretanto, há um desafio a vencer. E quem se dedica à produção de músicas ou de vídeos e tiver criatividade pode ganhar prêmios.
Jon "Maddog" Hall, diretor-executivo da Linux International, desafiou os "campuseiros" a criarem músicas e/ou vídeos multimídia só utilizando programas livres.
Assim, toda a produção deve estar sob uma licença de Atribuição Creative Commons e os formatos preferidos são Vorbis (http://www.vorbis.com) ou (http://www.xiph.org) pois são livres de royalties e licença.
Os interessados em criar algo original podem se inscrever até a meia-noite de 14/1 (UTC/GMT), enviando um e-mail para Mário Teza, no endereço mlteza@softwarelivre.org e Kike Nimo em enrique.nimo@futuranetworks.com
A mensagem deve confirmar a intenção de produzir uma música e/ou um vídeo e conter os seguintes dados: nome, e-mail válido, endereço e número de telefone.
Notar que é permitido só uma música e/ou um vídeo por participante.
No primeiro dia da Campus Party o participante deve comparecer e reconfirmar sua inscrição na competição, e tomar conhecimento das regras finais e o tema do Desafio. (Quem não fizer essa reconfirmação será desqualificado.)
É importante lembrar que para criar multimídia existem muitas ferramentas comerciais fechadas. Mas elas tem custo elevado o que diminui ou até impede que muitas pessoas as utilizem. Muitas ferramentas multimídia criam arquivos cujos formatos requerem que royalties sejam pagos sobre patentes, limitando assim a sua utilidade com software livre.
O regulamento pode ser copiado nesse arquivo pdf.
Fátima Conti lida com software há algum tempo. Especialmente usando computadores velhinhos. Gosta da filosofia do movimento do Software Livre. Aos poucos tem implementado o uso de programas grátis e/ou livres por pensar que seu bom uso na educação, em geral com problemas de carência de recursos, é absolutamente necessário para garantir o início e a continuidade da aprendizagem, qualquer que seja o tema de interesse pessoal e/ou institucional.
Eu não acredito em extraterrestres. Eles são muito mentirosos.