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Por José Antonio Milagre
Data de Publicação: 17 de Janeiro de 2009
Embora no Brasil o OpenXML, o "padrão livre" criado pela Microsoft não ter sido aprovado (ou melhor internalizado) pela ABNT, no mundo, o padrão já é a ISO/IEC DIS 29500. Este fato não descredencia o ODF, mas pode ser uma ameaça. Independentemente, aqueles que deveriam dar o exemplo, estimulando o uso de um padrão aberto, ao contrário, estão demonstrando mais que ignorância ou falta de visão futura, mas principalmente contribuindo para a manutenção dos sistemas proprietários, com suas inerentes "amarrações".
O que pode levar um professor de graduação, pós graduação ou mestrado exigir que seus alunos apresentem TCCs, trabalhos ou dissertações, obrigatoriamente em formato .doc? Opção "A": Ele nem sabe que está sendo nocivo. Opção "B": Ele faz apologia ao software Proprietário. Opção "C": Ele está é incitando a Pirataria. Qual das opções esta pessoas se enquadra? Creio que nas três! Vamos explicar...
Ao desconhecer a plataforma livre ele está primeiramente contribuindo para a potencialização do monopólio do "Copyright". Igualmente ele está fazendo apologia ao uso proprietário, enaltecendo que em sua instituição este é padrão escolhido, formando opinião e gerando profissionais "dotnet", incapazes de sequer arriscar migrar para plataformas livres. Em verdade está agindo como um representante da empresa, como se ganhasse para isso. Por fim, este professor esta incitando a Pirataria: Um jovem estudante que mal ganha em seu estágio para pagar o aluguel, teria condições de pagar licenças dos softwares que é obrigado a usar na faculdade?
Alguém pode gritar: -Mas na minha faculdade a empresa doou as licenças!
Como alguém pode se iludir facilmente, eu diria. Na faculdade as licenças são doadas, e quando você se formar...Você agora é um viciado que não tem dinheiro para pagar o que precisa usar. Ou se desintoxicará ou morrerá. í lamentavelmente, mas confusão está formada, ou você ainda não viu alguma empresa de software proprietário patrocinar eventos de Software livre ou feiras universitárias de Ti? Esta mistura é perigosa e os oportunistas de plantão estão sempre aptos a atuar.
Preferia ver o Software livre "de esquerda", do que este modelo que vem crescendo, o chamado "meio-termo". Para mim a "Lesser GPL" é um exemplo deste "cima do muro" que está se tornando o modelo SL no Mundo. Hitler já disse que "Uma mentira dita mil vezes se torna uma verdade", e nada me espanta se em breve, alguma monopolista do software anuncie que foi "A criadora do Open Source", tendo logo vários seguidores oportunistas buscando lucros com a falácia da tal da "interoperabilidade". Que interoperabilidade é essa? Você realmente acha que alguém "gratuitamente" abriria seus protocolos, APIs e conexões para integração com software livres? Você realmente acha lindo poder integrar seu site em PHP í suíte proprietária e não ser processado por isso? Você não está enxergando! Vamos explicar como isto pode virar um tormento em breve, e o pior, sob o manto da "interoperabilidade".
José Antonio Milagre possui MBA em Gestão de Tecnologia da Informação pela Universidade Anhanguera. É Analista de Segurança e Programador PHP e C, Perito Computacional em São Paulo e Ribeirão Preto, Advogado Especializado em Direito da Tecnologia da Informação pelo IPEC-SP, graduado pela ITE-Bauru, Pós-Graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Faculdade Fênix-SP, com defesa de tese e área de concentração Crimes Eletrônicos, Valor Probatório e o Papel da Computer Forensics, Extensão em Processo Eletrônico pela Universidade Católica de Petrópolis-RJ, Treinamento Oficial Microsoft MCP, Certificação Mobile-Forensics UCLAN-USA/2005, Professor Universitário nos cursos de TI e Direito da Anhanguera Educacional e de Direito e Perícia Eletrônica na Legal Tech em Ribeirão Preto-SP , Professor da Pós-Graduação em Direito Eletrônico pela UNIGRAN, Dourados/MS (Perícia Computacional), Professor da Pós-Graduação em Segurança da Informação do Senac-Sorocaba, Professor da Pós-Graduação em Computação Forense da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Vice-Presidente da Associação Brasileira de Forense Computacional e Presidente da Comissão de Propriedade Intelectual e Segurança da Informação da OAB/SP 21 a . Subsecção, membro do Comitê de Comércio Eletrônico da FECOMERCIO-SP, membro do GU LegislaNet e TI Verde da SUCESU-SP e palestrante convidado SUCESU-ES. Professor Convidado LegalTech, UENP-Jacarezinho, UNESP, FACOL, ITE, FGP, nas áreas de Segurança da Informação, Direito Digital e Repressão a crimes eletrônicos. Co-Autor do Livro "Internet: O Encontro de dois mundos, pela Editora Brasport, ISBN 9788574523705, 2008.